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Bolsas mundiais: Ásia fecha sem direção e Europa opera mista

Bolsas asiáticas. Foto: iStock.

Bolsas asiáticas. Foto: iStock.

Entre as bolsas mundiais hoje (21), as da Ásia fecharam sem direção única, em sessão marcada por volatilidade, conforme investidores ponderam sobre o início da gestão de Donald Trump como presidente dos EUA. Trump reiterou promessas de ampliar tarifas comerciais em escala global, mas não começou seu primeiro dia de mandato já impondo novas restrições sobre a China, o que era temido pelos mercados.

Na China continental, o Xangai Composto encerrou em queda de 0,05%, a 3.242,62 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto subiu 0,25% a 1.939,70 pontos.

Em Hong Kong, o Hang Seng teve alta de 0,91%, a 20.106,55 pontos. Entre ações de destaque, a incorporadora Country Garden saltou 17,5%, em seu primeiro dia de retorno às negociações, após anunciar que está próxima de acordo com credores. Segundo a Pepperstone, ações de Hong Kong devem ter uma consolidação no curto prazo diante da cautela com os detalhes pendentes sobre as tarifas de Trump nos EUA e incerteza quanto a recuperação econômica da China.

O cientista político e CEO da Eurasia, Ian Bremmer, disse que vê o mundo caminhando para uma guerra comercial e maior desconexão entre economias com o retorno de Trump à Casa Branca, tendo em vista que, além da China, o republicano olha para diversos países na questão das tarifas – incluindo outros países da Ásia, como Índia e Vietnã.

Em Tóquio, investidores se posicionam ainda para a aguardada decisão do Banco do Japão (BoJ, em inglês). O índice Nikkei fechou em alta de 0,32%, a 39.027,98 pontos, à medida que o iene fraco melhora perspectivas para o aumento nos lucros corporativos japoneses. Vice-ministro das Finanças para Assuntos Internacionais do Japão e principal autoridade cambial do país, Atsushi Mimura reiterou promessa de monitorar o câmbio todos os dias e que a volatilidade do iene não é desejada.

Em outras partes da Ásia, o índice Taiex subiu 0,14%, a 23.300,01 pontos, em Taiwan. Na Coreia do Sul, o índice Kospi caiu 0,08%, a 2.518,03 pontos, em Seul.

Na Oceania, o índice S&P/ASX 200 teve alta de 0,66% em Sydney, a 8.402,40 pontos.

Europa opera mista

As bolsas da Europa operam sem sinal único, oscilando próximas à estabilidade. Investidores europeus ponderam dados locais e perspectivas para as políticas econômicas de Donald Trump nos EUA. Apesar de abordagem mais branda que a esperada, o republicano já anunciou tarifas contra Canadá e México em seu primeiro dia de mandato e assinou ordens executivas para priorizar a exploração de combustíveis fósseis nos EUA.

Por volta das 7h15 (de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha alta de 0,20%, a 524,90 pontos.

Ações europeias de montadoras de veículos, de energia eólica e ligadas à commodities foram os principais grupos abalados pelo início da gestão de Trump e sua série de ordens executivas. Às 07h25 (de Brasília), o índice Ibex 35 caía 0,36% em Madri. Em Lisboa, o PSI 20 cedia 0,62%. Em Paris, o CAC 40 subia 0,23%

Os papéis da dinamarquesa Orsted tombavam 15% em Copenhagen, após a empresa revelar perdas de 12,1 bilhões de coroas dinamarquesas (cerca de US$ 1,7 bilhões) ligadas aos seus projetos de turbinas eólicas nos EUA. Ontem, Trump anunciou interrupção de arrendamento de energia eólica federal e permissões para novas iniciativas de exploração.

Já as montadoras Stellantis (-1,07%) e Volkswagen (-0,31%) tinham queda, ante temores sobre redução na competitividade com os EUA diante das novas tarifas, colocando em segundo plano o crescimento nos registros de novos carros na União Europeia em 2024. Em Milão, o FTSE MIB caía 0,20. Em Frankfurt, o DAX tinha queda marginal de 0,04%, praticamente estável, apesar da piora significativa nas expectativas econômicas da Alemanha em janeiro.

Assim, o mercado europeu operava volátil e com dificuldade de firmar direção, monitorando também nova rodada de balanços nos EUA e o Fórum Econômico Mundial em Davos.

Em Londres, o FTSE 100 avançava 0,11%, limitado pelas ações da Glencore (-0,88%), Anglo American (-1,55%) e Antofagasta (-0,96%), em meio a forte baixa de commodities metálicas. A leve alta no mercado britânico reflete o avanço na taxa de desemprego do Reino Unido a 4,4% no trimestre até novembro, o que voltou a alimentar expectativas por cortes de juros do Banco da Inglaterra (BoE, em inglês), colocando em segundo plano nova aceleração dos salários.

Com informações da Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo

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