Bolsas mundiais: Ásia fecha em alta após decisão de juros e Europa recua

Entre as bolsas mundiais hoje (20), as bolsas da Ásia fecharam majoritariamente em alta hoje, após o Banco do Japão (BoJ) deixar juros inalterados e indicar postura cautelosa no processo de aperto monetário. A manutenção das taxas principais do Banco do Povo da China (PBoC), no entanto, limitou os negócios de Xangai e Shenzhen.

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Os mercados orientais também ecoaram a euforia de Wall Street na véspera, quando o otimismo por maior alívio monetário do Federal Reserve (Fed) empurrou os índices Dow Jones e S&P 500 a recordes históricos.

Assim, em Tóquio, o índice Nikkei encerrou a sessão com ganho de 1,53%, a 37.723,91 pontos. Para a Capital Economics, o BoJ demonstrou estar sem pressa para ajustar a política. “Dessa forma, agora esperamos que o Banco aumente os juros na reunião de dezembro, e não no mês que vem”, prevê a consultoria.

Em Taiwan, o Taiex avançou 0,53%, a 22.159,42 pontos. Já o sul-coreano Kospi, em Seul, ganhou 0,49%, a 2.593,37 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng se elevou 1,36%, 18.258,57 pontos, sob o apoio de ações do setor imobiliário, como China Vanke (-5,44%).

Na China continental, o Xangai Composto computou ganho marginal de 0,03%, a 2.736,81 pontos, mas o menos abrangente Shenzhen Composto perdeu 0,16%, a 1.494,66 pontos. O PBoC manteve a taxa de juros de referência para empréstimos (LPR) de 1 ano em 3,35%, enquanto a de 5 anos permaneceu em 3,85%. Havia alguma esperança de que a autoridade monetária pudesse agir para estimular a segunda maior economia do planeta.

Na Oceania, o índice S&P/ASX 200 avançou 0,21% em Sydney, a 8.209,50 pontos, em novo recorde histórico.

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Europa passa por correção

Os mercados acionários da Europa corrigem a euforia da véspera e operam em baixa nesta manhã, em meio a sinais de que os bancos centrais na região serão mais cauteloso que o Federal Reserve (Fed) no processo de relaxamento monetário.

Por volta das 06h30 (de Brasília), o índice Stoxx 600 caía 0,64%, a 518,34 pontos.

A onda de otimismo que se espalhou pelas mesas de operações globais ontem perde força nesta sexta-feira. Investidores ainda estão confiantes de que o Fed aliviará os juros rapidamente ao longo dos próximos meses, após abrir o ciclo com um corte de meio ponto porcentual na última quarta-feira.

No entanto, agora há indícios de que nem todos os bancos centrais do mundo estão em posição para seguir o ritmo do americano. O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, evitou assegurar novos ajustes nos próximos encontros e disse que todas as opções serão consideradas. “Estamos completamente comprometidos com nosso mandato e a abordagem dependente de dados”, disse ao jornal Expresso.

No Reino Unido, a dirigente do Banco da Inglaterra (BoE) Catherine Mann defendeu uma estratégia de manutenção da política restritiva por mais tempo, para cortar mais agressivamente depois. Mais cedo, as vendas no varejo britânico mostraram alta de 1% em agosto ante julho.

Na Alemanha, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) teve deflação de 0,8% na comparação anual do mês passado. Mais tarde, indicador de confiança do consumidor na zona do euro e comentários da presidente do BCE, Christine Lagarde, estarão na agenda do dia.

Tudo somado, a Bolsa de Frankfurt caía 0,97% no horário citado acima, um dia após renovar recorde histórico. Mercedes-Benz Group recuava 6,98%, após a montadora cortar projeções de margens de lucros, em meio a dificuldades na China. Na esteira, Porsche cedia 2,92% e BMW perdia 3,09%.

Em Londres, Burberry caía 4,76% e puxava o FTSE 100 para baixo (-0,83%), depois que o Jefferies rebaixou a recomendação do papel de “manter” para “underperform” (equivalente a “venda”. Entre as demais praças, Paris cedia 0,87%, Lisboa baixava 0,19% e Milão diminuía 0,69%. No câmbio, euro oscilava perto da estabilidade em US$ 1,1161 e a libra avançava a US$ 1,3296, tendo atingido maior nível desde março de 2022 na máxima do dia.

Com Estadão Conteúdo

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Guilherme Serrano

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