Bolsas mundiais: Tóquio volta de feriado com perda de 1% e Europa avança
Entre as bolsas mundiais hoje (17), a de Hong Kong fechou em alta, mas a de Tóquio voltou de feriado em baixa de 1%, enquanto investidores se preparam para as decisões monetárias de Federal Reserve (Fed) e Banco do Japão (BoJ) nesta semana. A sessão foi marcada por liquidez reduzida, com os negócios fechados em Seul, Taiwan e China continental.
Ontem, o iene caiu ao menor nível desde julho de 2023 ante o dólar, em meio à expectativa pelo estreitamento do diferencial de juros. O mercado amplia a aposta de que o Fed abrirá o ciclo de relaxamento com um corte de 50 pontos-base na taxa básica amanhã. O BoJ, por sua vez, deve manter a política inalterada na sexta-feira, mas pode voltar a apertá-la antes do final do ano.
Neste cenário, o índice Nikkei encerrou o pregão com perda de 1,03% em Tóquio, a 36.203,22 pontos. Os papéis do setor de tecnologia enfrentaram particular pressão, entre eles Advantest (-5,63%) e Tokyo Electron (-5,24%).
Em Hong Kong, por outro lado, o Hang Seng avançou 1,37%, a 17.660,02 pontos. A ação da Kaisa Group disparou 17,44%, após a incorporadora imobiliária informar que a maioria dos seus credores declararam apoio ao plano de reestruturação financeira da empresa. A fabricante de eletrodomésticos Midea Group chegou a saltar cerca de 9%, no maior IPO do ano na ilha semiautônoma chinesa.
Na Oceania, o índice S&P/ASX 200 subiu 0,24% em Sydney, a 8.140,90 pontos, em novo recorde histórico.
Bolsas da Europa sobem
As bolsas da Europa operam em alta nesta manhã, em meio a sinais de que o mercado pode pressionar o Federal Reserve (Fed) a abrir o ciclo de relaxamento monetário com um corte mais agressivo de 50 pontos-base nos juros amanhã. O quadro joga ao segundo plano as preocupações com a economia da Alemanha, após dado do instituto ZEW.
Por volta das 06h30 (de Brasília), o índice Stoxx 600 subia 0,63%, a 518,37 pontos.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) abre hoje sua reunião de dois dias envolto em uma aura de suspense sobre a dimensão do passo inicial do processo de alívio monetário.
Uma bateria de dados havia consolidado a precificação de que o afrouxamento começaria com uma baixa de 25 pontos-base na taxa básica, mas relatos na imprensa estrangeira embaralharam as apostas nos últimos dias ao revelarem que o tamanho do ajuste ainda não está decidido.
Agora, a curva futura marca quase 70% de chance de o Fed optar por uma redução de meio ponto porcentual, conforme indica o monitoramento do CME Group. Investidores, assim, reforçam expectativa por um corte acumulado de 125 pontos-base até o final deste ano. Nas próximas horas, dados de vendas no varejo e produção industrial dos EUA devem fornecer novas pistas sobre o cenário atual.
“Sentimos que os mercados podem estar empurrando a precificação para corte da taxa do Fomc de amanhã para mais perto dos 50 pontos-base, em uma tentativa de influenciar a decisão do Fed, que provavelmente será muito apertada”, especula o ING.
Na Alemanha, o índice ZEW de expectativas econômicas caiu a 3,6 em setembro, bem abaixo das projeções de analistas consultados pela FactSet. O impacto nas mesas de operações, contudo, foi limitado, uma vez que o enfraquecimento da maior economia europeia já vinha sendo captado por vários indicadores, conforme análise da Oxford Economics.
Assim, na bolsa de Frankfurt, o índice DAX avançava 0,62%. A ação do Commerzbank chegou a subir 1% na abertura, mas perdeu força e agora cai 0,11%, após a Bloomberg informar que o UniCredit pretende pedir autorização a reguladores para comprar até 30% de participação no banco alemão. A instituição italiana, que sobe 1,11% em Milão, vem estudando uma potencial fusão com o rival, após adquirir 9% de seus papéis na semana passada.
No noticiário político, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, anunciou hoje os comissários que vão compor os principais cargos do bloco pelos próximos cinco anos. Entre os destaques, a espanhola Teresa Ribeiro ficará responsável pela pasta que cuida da transição verde, além da concorrência econômica.
Em Londres, o índice FTSE subia 0,77%, com apoio da Kingfisher (+6,48%), após a varejista informar lucro ajustado antes de impostos que superou expectativas. A Bolsa de Paris ganhava 0,77%, Lisboa aumentava 0,33% e Milão tinha elevação de 0,83%. No câmbio, o euro subia a US$ 1,1137 e a libra, a US$ 1,3220.
Com informações da Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo