Entre as bolsas mundiais hoje (17), as da Ásia fecharam sem direção única, pressionadas pelas perdas em Wall Street e por temores quanto as políticas econômicas de Donald Trump, que tomará posse como presidente dos EUA na segunda-feira.
Na China, os ativos de risco avançaram ao receber alívio de dados de atividade, indústria, varejo e moradias, que sinalizaram recuperação da economia, ainda que analistas vejam fôlego limitado.
Na China continental, o Xangai Composto subiu 0,18%, a 3.241,82 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,35% a 1.916,19 pontos.
Em Hong Kong, o Hang Seng ganhou 0,31%, a 19.584,06 pontos, impulsionado pelos setores imobiliário e de semicondutores. Entre os destaques, a Semiconductor Manufacturing International Corp. saltou 9,6%, recuperando perdas recentes após a China anunciar investigação contra fabricantes de chips americanas por competição ilegal – medida vista como retaliação às sanções dos EUA.
O Produto Interno Bruto (PIB) da China acelerou à taxa anual de 5,4% no quarto trimestre de 2024, bem acima do previsto pela FactSet, enquanto produção industrial e varejo também surpreenderam com leituras mais fortes que o esperado. Já os preços médios de novas casas caíram 5,7% em dezembro, na comparação anual, em recuo menos intenso que o registrado em novembro.
Para a Capital Economics, a atividade chinesa recebeu impulso das medidas de estímulos fiscais do governo, mas o fôlego será limitado e a economia deverá desacelerar em 2025. Já o ING aponta que a “questão central” está em qual meta será definida pela China para o crescimento do PIB.
Em outras partes da Ásia, o índice Nikkei fechou em baixa de 0,31%, a 38.451,46 pontos, em Tóquio, ainda sob preocupações sobre possível alta de juros do Banco do Japão (BoJ, em inglês) na próxima semana.
Na Coreia do Sul, o índice Kospi recuou 0,16%, a 2.523,55 pontos, em Seul. Em Taiwan, o índice Taiex subiu 0,53%, a 23.148,08 pontos.
Na Oceania, o índice S&P/ASX 200 teve queda de 0,20% em Sydney, a 8.310,40 pontos.
Europa opera em alta
As bolsas da Europa avançam nesta quinta-feira, diante do aumento nas expectativas para relaxamento monetário no continente e nos EUA. Com o movimento, as bolsas de Londres e de Frankfurt renovaram maiores níveis históricos.
Por volta das 7h15 (de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha alta de 0,69%, a 523,66 pontos.
A extensão do rali europeu deve-se ao alívio proporcionado pela queda nos rendimentos de títulos soberanos locais e dos EUA, avalia o Swissquote. O banco suíço nota que os mercados passaram a precificar mais flexibilização monetária dos dois lados do Atlântico, embora dados recentes ainda indiquem persistência da inflação. Hoje, o Eurostat confirmou aceleração da inflação ao consumidor (CPI, em inglês) da zona do euro, à taxa anual de 2,4% em dezembro.
Contudo, os próprios dirigentes têm apontado a possibilidade de manter o relaxamento monetário em 2025. Ontem, a ata do Banco Central Europeu (BCE) revelou que um corte de 50 pontos-base chegou a ser discutido em dezembro por preocupações com a economia, apesar da escolha por ritmo gradual, e que uma nova redução é provável em janeiro.
Nesta quinta-feira, investidores europeus devem acompanhar novos comentários de dirigentes do BCE, conforme se preparam também para potenciais tarifas de Donald Trump, que assume a presidência dos EUA na próxima semana.
Analistas também notam que, em segundo plano, dados melhores que o esperado na China e notícias sobre cessar-fogo em Gaza contribuem para o apetite por risco.
Às 7h30 (de Brasília), o índice DAX tinha alta de 1,05% em Frankfurt, depois de renovar máxima histórica a 20.884,13 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 subia 1,14%. Em Paris, o CAC 40 avançava 1,09%. Em Madri, o Ibex 35 tinha alta de 0,76%. Em Milão, o FTSE MIB ganhava 1,19%.
Em Londres, o FTSE 100 subia 1,09% e também renovou alta histórica, a 8.490,84 pontos. A queda nas vendas no varejo do Reino Unido em dezembro ampliou apostas por cortes de juros do Banco da Inglaterra (BoE, em inglês) neste ano. Entre ações de destaque, Rio Tinto (+1,41%) e Glencore (+2,65) avançavam, depois que a Bloomberg revelou, de acordo com fontes, que as empresas discutem uma fusão.
Com informações da Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo