Bolsas mundiais: Ásia fecha em baixa e Europa recua
Entre as bolsas mundiais hoje (13), as da Ásia fecharam em baixa, com investidores ponderando preocupações sobre a economia da China e na esteira de perdas em Nova York, após o relatório de empregos dos EUA – conhecido como payroll – sinalizar resiliência do mercado de trabalho e afastar cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed).
No Japão, a Bolsa de Tóquio não teve negociações, em razão de feriado local.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng encerrou a sessão em baixa de 1,0%, a 18.874,03 pontos, com destaque para quedas em ações de tecnologia e automobilísticas. Na China continental, o Xangai Composto caiu 0,25%, a 3.160,76 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto subiu 0,1%, a 1.838,46 pontos.
Investidores ponderaram nesta madrugada dados da balança comercial da China – que teve exportações e superávit acima do esperado em dezembro – conforme empresas tentam acelerar os envios de mercadorias antes da elevação de tarifas nos EUA, antecipada com a posse de Donald Trump como presidente dos EUA na próxima segunda-feira (20).
O dado, contudo, foi insuficiente para aliviar preocupações com a economia chinesa, em semana que ainda será marcada pela divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do país no quarto trimestre. Em nota, economistas do Barclays destacam que autoridades do Banco do Povo da China (PBoC, em inglês) estão em uma posição delicada ao enfrentar, simultaneamente, o enfraquecimento do yuan, das ações e dos rendimentos chineses. Hoje, o PBoC e reguladores de câmbio chineses reiteraram promessas de defender o yuan.
Em outras partes da Ásia, o índice Taiex caiu 2,28%, a 22.488,33 pontos, em Taiwan, pressionado pelo tombo de grandes empresas locais – incluindo queda da TSMC (-2,27%), que deve divulgar balanço nesta quinta-feira.
Na Coreia do Sul, ações de semicondutores, construção naval e aço pesaram sobre o sul-coreano Kospi, que fechou em queda de 1,04%, a 2.489,56 pontos, com fortes vendas líquidas por investidores estrangeiros. Entre ações de destaque, a fabricante de semicondutores SK Hynix e a Samsung Heavy Industries tiveram perdas de 4,5%, respectivamente, com esta última quebrando uma sequência de cinco sessões de ganhos e pressionando ações locais do setor de construção de navios.
Na Oceania, o índice S&P/ASX 200 teve perdas de 1,23% em Sydney, a 8.191,90 pontos, pela terceira sessão consecutiva, novamente sob pressão dos principais bancos e mineradoras de minério de ferro do país.
Europa opera no negativo
As bolsas da Europa operam com viés negativo nesta manhã, seguindo mau humor em Wall Street e nos mercados globais. Pesam nos índices acionários preocupações com a trajetória de juros do Federal Reserve (Fed), rendimentos elevados de títulos soberanos ao redor do mundo e temores sobre a economia europeia.
Por volta das 7h16 (de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha modesta baixa de 0,88%, a 507,02 pontos. Entre os destaques, ações dos setores de tecnologia e saúde pressionam os índices.
A analista do Swissquote Ipek Ozkardeskaya avalia que o sentimento de risco está frágil no começo desta semana, após o payroll dos EUA afastar expectativas de cortes de juros pelo Fed. Na visão dela, o início da temporada de balanços e dados de inflação ao consumidor (CPI, em inglês) e ao produtor (PPI, em inglês) dos EUA estarão em foco nesta semana, conforme investidores analisam se há persistência dos preços elevados. Para o ING, uma inflação “teimosa” pode levar os já cautelosos dirigentes do BC americano a optarem por uma pausa do ciclo de relaxamento monetário por tempo prolongado.
Na Europa, investidores ainda devem acompanhar a divulgação dos CPIs do Reino Unido, Alemanha e zona do euro ao longo da semana, além de publicação da ata do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira.
Hoje, o dirigente do BCE Olli Rehn (Finlândia) disse que a redução dos juros locais deve continuar independentemente da trajetória das taxas do Fed. “A direção é clara, e a escala e o ritmo de cortes de juros dependerá dos dados”, afirmou Rehn, em entrevista à Bloomberg TV. Economista-chefe do BCE, Philip Lane defendeu a necessidade de encontrar um “meio termo” entre reduzir juros no bloco e controlar a inflação de serviços.
Às 7h28 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 0,35%, limitada pela alta do petróleo que apoia ações ligadas à commodity. Já a de Paris cedia 0,88% e a de Frankfurt recuava 0,75%, a de Milão exibia baixa de 1,06% e a de Madri caía 0,45%. Exceção, a de Lisboa subia 0,47%, com o PSI 20 impulsionado pelos ganhos da Galp Energia (+1,33%) e da EDP (+1,71%).
Com informações da Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo