Entre as bolsas mundiais hoje (03), as asiáticas fecharam em forte baixa, após o presidente dos EUA, Donald Trump, oficializar tarifas contra produtos do México, do Canadá e da China no fim de semana, reforçando temores de uma eventual guerra comercial.
O índice japonês Nikkei caiu 2,66% em Tóquio, a 38.520,09 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi recuou 2,52% em Seul, a 2.453,95 pontos, e o Taiex amargou queda ainda mais expressiva em Taiwan, de 3,53%, a 22.694,71 pontos, ao voltar de mais de uma semana de feriados.
Pesou no mercado taiwanês a ação da TSMC (-5,73%), maior fabricante de semicondutores do mundo, que reagiu com atraso ao impacto negativo que o sucesso da startup chinesa de inteligência artificial DeepSeek teve em ações de tecnologia globais no começo da semana passada.
Em Hong Kong, o Hang Seng teve perda apenas marginal, de 0,04%, a 20.217,26 pontos, também na volta de um período de feriados.
No sábado (01), Trump seguiu adiante com as ameaças de tarifar importações do México e do Canadá em 25% e da China em 10%. As tarifas entram em vigor amanhã (04). O Canadá prometeu retaliar e a expectativa é que o México siga o mesmo caminho. Já o governo chinês está preparando uma proposta inicial para tentar impedir que o Washington aplique tarifas ainda maiores a seus produtos e imponha mais restrições de acesso à tecnologia, segundo fontes ouvidas pelo The Wall Street Journal.
Os mercados da China continental, que continuam fechados devido ao feriado do ano-novo lunar, retomam operações na quarta-feira (05).
Além da questão tarifária, um dado desanimador da economia chinesa contribuiu para o sentimento negativo na Ásia hoje. O PMI industrial chinês medido pela S&P Global/Caixin caiu para 50,1 em janeiro, ficando bem próximo da barreira de 50 que sinaliza estagnação na manufatura.
Na Oceania, a bolsa australiana ficou igualmente no vermelho, também sob o “efeito Trump”. O S&P/ASX 200 recuou 1,79% em Sydney, a 8.379,40 pontos, interrompendo uma sequência de três pregões de ganhos.
Europa cai até 2%
As bolsas europeias operam em baixa de até quase 2% na manhã desta segunda-feira, com desempenho particularmente fraco do setor automotivo, após o presidente dos EUA, Donald Trump, impor tarifas ao México, ao Canadá e à China no fim de semana e ameaçar fazer o mesmo com a União Europeia e o Reino Unido.
Por volta das 6h35 (de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha queda de 1,37%, a 532,13 pontos. Apenas o subíndice da indústria automotiva e autopeças tombava 3,7%.
No sábado (01), Trump oficializou tarifas a importações do México e do Canadá em 25% e da China em 10%. As tarifas entram em vigor amanhã (04). O Canadá já anunciou retaliação e a expectativa é que o México também reaja.
A atitude tarifária de Washington reforça temores sobre uma eventual guerra comercial. Em fala à BBC, o presidente americano disse ontem que tarifas contra a UE “definitivamente vão acontecer”. Em relação ao Reino Unido, Trump não descartou tarifas, mas disse que a situação “pode ser resolvida”.
Logo mais, investidores na Europa vão acompanhar dados preliminares da inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da zona do euro, dias após o Banco Central Europeu (BCE) reduzir seus juros básicos em mais 25 pontos-base.
Mais cedo, leituras finais de PMIs industriais europeus referentes a janeiro vieram acima das estimativas preliminares, mas foram ignoradas em dia de preocupação sobre tarifas.
Às 6h51 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 1,31%, a de Paris recuava 1,77% e a de Frankfurt cedia 1,87%. Já as de Milão, Madri e Lisboa mostravam perdas de 1,39%, 1,21% e 0,56%, respectivamente.
Com informações da Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo
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