Bolsas mundiais: Ásia fecha em alta e Europa opera em queda
Entre as bolsas mundiais hoje (02), as asiáticas fecharam majoritariamente em alta, após dados de índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) reforçarem esperança pela melhora da economia chinesa. Os negócios seguiram também os sinais de Nova York, onde os índices Dow Jones e S&P 500 renovaram recorde na sexta-feira.
O PMI industrial da China avançou e superou expectativas do mercado em novembro, conforme as leituras da S&P Global e do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS), ambos divulgados no final de semana. Para a Capital Economics, os números indicam que a segunda maior economia do planeta segue ganhando ímpeto.
Assim, o índice Xangai Composto encerrou a sessão com ganhos de 1,13%, a 3.363,98 pontos, enquanto o Shenzhen Composto avançou 1,76%, a 2.052,44 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng subiu 0,65%, a 19.550,29 pontos.
Entre outras praças, o índice Nikkei registrou valorização de 0,80% em Tóquio, a 38.513,02 pontos. O governo japonês propôs o aumento da meta de retorno de investimentos do maior fundo de pensão do país de 1,7% para 1,9%. A sinalização impulsiona apostas de que as autoridades comprarão mais ações.
Em Taiwan, o Taiex se elevou 2,13%, a 22.736,93 pontos. Por outro lado, o Kospi, referência em Seul, perdeu 0,06%, a 2.454,48 pontos.
Na Oceania, o índice S&P/ASX 200 teve leve variação positiva de 0,14%, a 8.447,90 pontos, em Sydney.
Europa tem tom negativo
O sinal negativo predomina entre as bolsas da Europa nesta manhã, com pressão mais firme em Paris, após a extrema-direita sinalizar intenção de derrubar o primeiro-ministro da França, Michel Barnier, por divergências sobre o orçamento do ano que vem.
Por volta das 06h30 (de Brasília), o índice Stoxx 600 cedia 0,06%, a 509,92 pontos.
O presidente do partido Reagrupamento Nacional, Jordan Bardella, afirmou hoje que a legenda pretende deflagrar uma votação de confiança contra o governo de Barnier, “salvo um milagre”. O grupo já havia dado esta segunda-feira como prazo para que o premiê atenda as suas exigências no orçamento do ano que vem, que incluem o aumento real das aposentadorias.
À Bloomberg, no entanto, o ministro das Finanças francês, Antoine Armand, disse que os governistas não serão “chantageados”, nem “aceitam ultimatos”, e reforçou o compromisso com a redução do déficit fiscal.
O Jefferies ainda espera resolução da crise política no país europeu, mas acredita que o desfecho dependerá de medidas que tendem a piorar o endividamento. “Nossa visão estrutural permanece negativa para a França”, ressalta.
Diante do impasse, o índice CAC 40, referência na Bolsa de Paris, recuava 1,04% no horário citado acima. Entre os destaques negativos, os bancos Societe Generale e Credit Agricole caíam 2,37% e 1,89%, respectivamente. Mas a maior perda vinha da Stellantis, que despencava 8,16%, após a inesperada renúncia do CEO Carlos Tavares. Em Milão, onde também está listada, a montadora cedia 8,38%.
No cenário macroeconômico, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da Alemanha ficou estável em 43 em novembro ante outubro, aquém da leitura prévia e da estimativa de analistas consultados pela FactSet. Já os PMIs industriais de zona do euro e Reino Unido confirmaram as expectativas.
Entre outras praças, a Bolsa de Londres caía 0,07% e a de Frankfurt cedia 0,08%, enquanto Milão baixava 0,73%. Por outro lado, Lisboa avançava 0,30%. O retorno do OAT francês de 10 anos virou para baixo, agora em queda a 2,892%, mas o Spread com o Bund alemão equivalente permanecia elevado, em 83 pontos-base.
Com Estadão Conteúdo