As bolsas na Europa fecharam o último pregão do mês de julho em queda, acompanhando o humor de cautela nos mercados internacionais.
O movimento teve início com mais um pregão negativo na Ásia, e se estendeu à Europa, onde investidores também acompanharam a temporada de balanços corporativos e a divulgação de indicadores importantes, incluindo o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre da zona do euro.
O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou o dia em baixa de 0,45%, aos 461,74 pontos.
O fechamento negativo das bolsas asiáticas, em meio a um cerco regulatório da China sobre o setor privado, contaminou a abertura do pregão na Europa, que esperava por resultados corporativos de grandes empresas do continente.
Entre elas, a Glencore informou que sua produção de cobre, cobalto, zinco, chumbo e níquel avançaram no primeiro semestre de 2021, ante igual período de 2020. Contudo, a mineradora revisou para baixo o seu “guidance” para a produção de zinco, níquel e carvão, e a ação da companhia recuou 1,79%, contribuindo para a queda de 0,65% do FTSE 100, índice de referência da bolsa de Londres, aos 7.032,30 pontos.
Na bolsa de Paris, o índice CAC 40 cedeu 0,32%, aos 6.612,76 pontos, puxado pela queda de 3,35% da Renault, que, apesar de ter registrado lucro líquido acima das expectativas no segundo trimestre deste ano, alertou para a escassez de componentes que afeta a produção global de automóveis.
Entre outros balanços de companhias francesas, o BNP Paribas (-1,19%) ampliou lucro do segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, mas a divisão de banco de investimento da instituição registrou receita inferior na mesma base comparativa. Já a Air France-KLM reduziu seu prejuízo no período, mas o papel da empresa ainda recuou 4,58%.
Na Itália, o índice FTSE 100 recuou 0,50%, aos 25.363,02 pontos. O avanço de 2,80% do UniCredit, após balanço, e o PIB do segundo trimestre do país acima das previsões não foi o suficiente para afastar a cautela de investidores. Já o DAX, de Frankfurt, recuou 0,61% hoje, aos 15.544,39 pontos, após a primeira estimativa do PIB alemão do mesmo período vir abaixo das estimativas do mercado.
Também foi divulgado o PIB trimestral da zona do euro, que avançou 2% no confronto anual. Entre outros PIBs do segundo trimestre, o da França subiu 0,9% e o espanhol registrou alta de 2,8%. Ainda na seara de indicadores, a taxa de desemprego da zona do euro contraiu de 8,0% a 7,7% entre maio e junho, enquanto o índice de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) europeu acelerou para 2,2% ao ano, acima da meta do Banco Central Europeu (BCE), de 2% ao ano.
O Commerzbank, em relatório a clientes, avalia a recuperação econômica da zona do euro como “forte”, mas nota que há divergências entre os países da região. Sobre o CPI, o banco alemão diz que o núcleo do indicador segue em patamar baixo, e é esperada uma aceleração nos próximos meses, devido a efeitos da base de comparação.
Entre outros índices europeus, o IBEX 35, da bolsa de Madri, fechou em queda de 1,26%, aos 8.675,70 pontos, e o PSI, de Lisboa, recuou 1,81%, aos 5.026,90 pontos, na mínima do dia.
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