Os mercados americanos tiveram as maiores altas nesta terça-feira (4) desde janeiro. Isso ocorreu depois que o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, sinalizou haver abertura para um corte na taxa de juros dos Estados Unidos, se necessário. Com isso, a reação das Bolsas dos EUA foi boa.
Além disso, também contribuiu o fato de senadores americanos e autoridades mexicanas afirmarem que vão buscar impedir, através de acordo, a alta nas tarifas das importações do México. A medida foi anunciada pelo presidente Donald Trump na última semana. Dessa forma, os três principais índices das Bolsas dos EUA registraram os maiores ganhos em cinco meses. Confira a alta de cada um:
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- Dow Jones: alta de 2,06%, atingiu 25.332 pontos;
- S&P 500: ganho de 2,14%, alcançando os 2.803;
- Nasdaq Composto: subiu 2,65% e chegou aos 7.527 pontos;
- Além da alta dos índices, o dólar reagiu às declarações com recuo.
Fed atuará se guerra comercial afetar economia
O principal motivo das altas nos índices americanos foi a declaração de Powell. Isso porque o presidente do Fed afirmou, nesta terça-feira (4), que o órgão vai atuar caso a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China afete a economia americana.
“Não sabemos como ou quando esses problemas serão resolvidos. Estamos monitorando de perto a implicação desses eventos sobre as perspectivas econômicas americanas e, como sempre, vamos atuar de forma apropriada para sustentar a expansão, com um mercado de trabalho forte e inflação próxima de nossa meta simétrica de 2%”, afirmou Powell em seu discurso.
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A taxa básica de juros é mantida entre 2,25% e 2,5% ao ano desde dezembro de 2018 pelo banco central americano. A próxima reunião do Fed está marcada para os dias 18 e 19 de junho.
As altas das ações americanas foram lideradas pelo bom resultado no setor de tecnologia. Além disso, a declaração de Powell ocorreu um dia depois que James Bullard, chefe do Fed de St. Louis afirmar que o corte nos juros pode ocorrer em breve.
EUA x China
O posicionamento do Fed sobre os juros se dá principalmente por conta da guerra comercial travada entre Estados Unidos e China. As duas potências tentam um acordo, mas as negociações seguem com ataques e contra-ataques.
Isso porque no início de maio, o presidente americano anunciou o aumento da taxa sobre produtos importados da China. Dessa forma, cerca de US$ 200 bilhões em mercadorias chinesas passaram a entrar nos EUA com uma tarifa de 25% e não mais 10%.
Como retaliação, a China também aumentou a taxa sobre US$ 60 bilhões em importados americanos. Assim, na tréplica, Trump assinou medidas que atingiram diretamente a chinesa Huawei.
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Isso porque o presidente americano dificultou o comércio da empresa nos EUA. Além disso, também proibiu que a gigante de tecnologia compre componentes americanos sem autorização do governo. A China retaliou mais uma vez com a prisão de canadenses. O motivo seria uma atuação do Canadá em auxílio aos EUA contra a Huawei.
Tarifas ao México
A imposição de tarifas pelos Estados Unidos não é exclusiva aos produtos chineses. Trump também anunciou que os produtos mexicanos passarão a entrar no país sobre uma taxa de 5%.
Entretanto, o motivo desta ação seria a tentativa de conter a imigração ilegal do país vizinho. Contudo, autoridades mexicanas afirmaram nesta terça que pretendem negociar com os EUA para impedir que a tarifa seja aplicada. Assim, o ministério das relações exteriores do México afirmou confiar que exista 80% de chance de se chegar a uma solução.
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No mesmo sentido, senadores americanos enviaram uma carta a Trump também nesta terça. Os parlamentares criticavam a medida do magnata sobre o México e afirmavam ser contra a ação.
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