Bolsas de NY fecham em leve baixa, mas confirmam 2023 com ganhos robustos; Nasdaq ganha 43,42% no ano
Os mercados acionários de Nova York tiveram queda modesta, nesta sexta-feira, 29, no último pregão do ano, com negociações reduzidas entre os feriados, o que não impediu um 2023 forte. A expectativa por cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) apoiou o bom humor na reta final do ano das bolsas de NY, com a economia ainda em ritmo razoável, e analistas acreditam que o movimento de alta pode ainda prosseguir no início de 2024, mesmo com gradual desaceleração na atividade.
O índice Dow Jones fechou em queda de 0,05%, em 37.689,54 pontos, o S&P 500 caiu 0,28%, a 4.769,83 pontos, e o Nasdaq recuou 0,56%, a 15.011,35 pontos. Na comparação semanal, o Dow Jones subiu 0,81%, o S&P 500 teve alta de 0,32% e o Nasdaq, de 0,12%. No mês, houve ganhos de 4,84%, 4,42% e 5,52%. Já em todo o ano de 2023, o Dow Jones avançou 13,70%, o S&P 500 teve ganho de 24,23% e o Nasdaq, de 43,42%.
O sinal negativo foi visto na grande maioria dos setores hoje, com serviços de comunicação entre os mais pressionados, mas em vários casos movimentos contidos. Entre ações de peso, Apple (AAPL34) ccaiu 0,54%, Amazon (AMZO34) perdeu 0,94%, Chevron (CHVX34) recuou 0,45% e JPMorgan (JPMC34) teve baixa de 0,12%. Já Boeing (BOEI34) avançou 0,12%, após a empresa informar que todas as suas aeronaves que estão com companhias da China voltaram a operar, após as interrupções causadas desde dois acidentes fatais com o 737 MAX em 2019.
Bolsas de NY: Quais são as melhores ações no exterior para investir em 2024?
Escolher ações no exterior pode ser uma das opções atrativas para os investidores que desejam diversificar seus ativos em outras economias, moedas e até mesmo diluir os riscos associados ao Brasil.
Mas quais são as melhores ações no exterior para investir em 2024? Em um vídeo publicado no canal do YouTube da Suno, o especialista Alberto Amparo, analista CNPI da Suno, destacou algumas das opções que ele considera interessantes.
As 3 empresas citadas foram Pampa Energía (PAMP), Ally Financial (ALLY) e Google/Alphabet (GOOGL). Por quais razões ele está otimista com essas empresas?
Pampa Energía (PAMP)
Uma das ações no exterior indicadas por Amparo é a Pampa Energía (PAMP), empresa da Argentina que está valendo hoje cerca de US$ 2,4 bilhões.
A Pampa é a maior companhia da Argentina no ramo de geração de energia e conta com uma capacidade instalada em torno de 5 gigawatts (GW).
“1 Megawatt (MW) custa mais ou menos US$ 1 milhão para se instalar. Então um custo de reposição só nessa parte de geração de energia da Pampa seriam uns US$ 4 bi ou US$ 5 bilhões, mais do que o market cap da empresa”, diz Amparo.
Amparo destaca que embora a Argentina esteja passando por uma situação macroeconômica difícil, em meio à crise, a Pampa energia possui contratos de PPAs (Power Purchase Agreement) que estão atreladas ao dólar.
“Com esses contratos sendo cumpridos, que representam menos da metade da sua capacidade de instalação, a empresa já consegue gerar US$ 200 milhões de fluxo de caixa livre só com o segmento de energia”, destaca o analista.
Além do segmento de energia, a Pampa é uma “gigante” no setor de produção e exploração de gás natural e de petróleo na Argentina.
A Argentina, por sua vez, tem a 2ª maior reserva de gás natural não convencional do mundo. Nesse momento, o país vem incentivando cada vez mais a sua produção de gás natural, e a Pampa Energía teria uma posição forte diante desse cenário.
Ally Financial (ALLY)
As ações da Ally Financial (ALLY), maior banco digital dos Estados Unidos, também foram destacadas por Amparo.
Ele explica que a principal carteira de crédito da companhia é a automobilística. Com o dinheiro economizado na ausência de abertura de agências físicas, a empresa consegue remunerar melhor seus investidores dentro da conta digital, possibilitando que ela tenha uma base “fiel” de clientes depositantes.
Essa base de clientes que depositam dinheiro na Ally Financial vem crescendo ano após ano e é mantida por um baixo custo pela empresa. Esses recursos angariados são utilizados para financiar crédito automobilístico nos Estados Unidos.
Diante do cenário atual do país, ela vem financiando valores para quem deseja adquirir carros a uma taxa de aproximadamente 11% ao ano. Antes da alta dos juros dos EUA, essa taxa estava em torno de 7% ao ano, apresentando um yield médio da carteira na casa dos 8% ao ano.
Com o avanço dos juros nos EUA, a Ally Financial, entre as ações das Bolsas de NY, tende a aumentar seu yield da carteira, visto que os novos contratos de financiamento estão sendo firmados com uma taxa maior que a anterior, enquanto os acordos antigos (com yield menor) vêm sendo quitados.
Com Estadão Conteúdo