As bolsas asiáticas tiveram pregão em geral negativo nesta quarta-feira (29). Na China, preocupações sobre o setor imobiliário voltaram a pesar, enquanto em Tóquio a força do iene pressionou ações de exportadoras japonesas.
Esse cenário pode ter alguma repercussão nas negociações do Ibovespa hoje, que fechou a sessão de terça-feira (28) em alta de 0,64% a 126.538,32 pontos.
Entre as bolsas asiáticas, a Bolsa de Xangai fechou em baixa de 0,55%, em 3.021,69 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, caiu 0,79%, a 1.977,05 pontos. Sem uma recuperação consistente nas vendas, apoio financeiro pode dar apenas uma sustentação marginal às companhias imobiliárias da China, afirmaram analistas do Citi, em nota a clientes. Hoje, China Vanke caiu 2,5% e Poly Developments & Holdings, 1,8%, com Ping An Insurance em baixa de 2,2%. Já China Mobile esteve entre as altas, com avanço de 0,3%.
Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei registrou queda de 0,26%, para 33.321,22 pontos. A força do iene prejudica ações de exportadoras japonesas, o que pressionou esses papéis. Entre ações hoje em foco, Seven & i Holdings caiu 3,8%, Kawasaki Kisen Kaisha teve baixa de 3,25% e Mizuho Financial Group, de 3,1%.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng fechou em baixa de 2,08%, em 16.993,44 pontos, com ações do setor de tecnologia sob pressão. Meituan caiu 12%, diante da projeção de perda de fôlego no crescimento nos meses finais desde ano, mesmo após balanço sólido relativo ao terceiro trimestre, enquanto Alibaba perdeu 2,2% e JD.com, 1,6%. Montadoras também caíram em Hong Kong, com BYD em baixa de 3,3% e Li Auto, de 3,4%.
Ainda nas bolsas asiáticas, em Taiwan, o índice Taiex subiu 0,17%, a 17.370,56 pontos. O índice oscilou perto da estabilidade durante boa parte do dia, e chegou a exibir sinal negativo por um breve período.
Na Bolsa de Seul, o índice Kospi fechou em baixa de 0,08%, em 2.519,81 pontos. Ações ligadas ao setor de construção e ao de biotecnologia estiveram entre as quedas, mas com negócios contidos, diante de investidores à espera de decisão do BC da Coreia do Sul, nesta quinta-feira, quando o consenso do mercado é por manutenção dos juros. GS Engineering & Construction caiu 4,8% e Celltrion Inc., 2,0%.
Na Oceania, em Sydney, o índice S&P/ASX 200 registrou alta de 0,29%, a 7.035,30 pontos. Leitura de inflação abaixo do previsto na Austrália para outubro deu ao mercado local impulso positivo, com ganhos em tecnologia e no setor de saúde, mas fraqueza em energia e entre papéis do setor financeiro.
Bolsas da Europa operam na maioria em alta, antes de dados da região
Os mercados acionários da Europa exibem sinal em geral positivo, na manhã desta quarta-feira (29), com maior impulso em Frankfurt. Após abertura sem impulso, várias praças firmaram ganhos, mas Londres ostenta baixa modesta. Há expectativa por indicadores da região, entre eles o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Alemanha.
Confira os índices perto das 8h00 desta quarta:
- Londres (FTSE100): -0,21%
- Frankfurt (DAX): +0,96%
- Paris (CAC 40): +0,46%
- Madrid (Ibex 35): +0,60%
- Europa (Stoxx 600): +0,53%
Na Alemanha, o CPI é divulgado às 10h00. No caso da inflação alemã, analistas esperam perda de fôlego na preliminar de novembro, o que pode reforçar expectativa de trajetória menos dura da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), fator que tende a ser positivo para as ações.
O vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, comentou em entrevista veiculada mais cedo pela própria instituição que bancos na zona do euro têm retardado o repasse das altas de juros a poupadores, em quadro de liquidez abundante. Já no Reino Unido, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, reafirmou compromisso em levar a inflação à meta de 2%, mas disse que ainda não tem certeza se o nível atual dos juros será suficiente para garantir o cumprimento desse objetivo.
Em meio às declarações de bancos centrais e da expectativa pelo dados, os retornos dos bônus europeus caíam nesta madrugada. A perda de fôlego esperada na inflação da Alemanha era mencionada como um motivo para o movimento.
*Com informações da Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo