As bolsas asiáticas fecharam em alta hoje (30), em meio à renovada esperança por medidas de estímulo ao debilitado mercado imobiliário da China. A redução dos temores por uma recessão nos Estados Unidos também ajudou a manter o cenário benigno.
O governo chinês estuda permitir que proprietários de imóveis refinanciem hipotecas para conter os custos de empréstimos e fomentar o consumo, segundo reportagem da Bloomberg divulgada durante a madrugada.
Em resposta, as ações do setor dispararam em Hong Kong: Shimao Group saltou 10,53% e China Vanke avançou 9,89%. Assim, o índice Hang Seng encerrou a sessão com valorização de 1,14%, a 17.989,07 pontos. As montadoras de veículos elétricos BYD (+5,98%) e Li Auto (+7,79%) também estiveram entre os destaques, em recuperação após a forte queda da véspera na esteira de balanços.
Na China continental, o Xangai Composto ascendeu 0,68%, a 2.842,21 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto computou elevação de 2,24%, a 1.544,23 pontos. O yuan offshore se fortaleceu ao nível mais alto em mais de 1 ano ante o dólar hoje.
O humor melhor na região também refletiu as menores chances de uma deterioração aguda da atividade americana, após a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) apontar crescimento de 3,0% no segundo trimestre, mais do que havia sido informado originalmente. Já os pedidos de auxílio-desemprego recuaram na semana passada. Agora, o foco dos mercados globais se volta para o índice de preços de gastos com consumo (PCE) de julho, que será divulgado nesta manhã.
Neste cenário, o Nikkei, de Tóquio, avançou 0,74%, a 38.647,75 pontos. Em Seul, o Kospi ganhou 0,45%, a 2.674,31 pontos, enquanto o Taiex, de Taiwan, se elevou 0,30%, a 22.268,09 pontos. Taiwan Semiconductor Manufacturing (TSMC) subiu 0,11%, após ter sido penalizada ontem pela repercussão negativa do balanço da rival Nvidia.
Na Oceania, o índice S&P/ASX 200, referência em Sydney, marcou incremento de 0,58%, a 8.091,90 pontos, e se aproximou do recorde histórico.
Europa sobe de olho em inflação
As bolsas da Europa operam em alta nesta manhã, após dado indicar que a inflação na zona do euro desacelerou ao menor nível em três anos na zona do euro, em tendência que pavimenta o caminho para mais cortes de juros do Banco Central Europeu (BCE).
Por volta das 06h30 (de Brasília), o índice Stoxx 600 subia 0,36%, a 526,44 pontos, após alcançar recorde intraday histórico, segundo veículos da imprensa estrangeira. O DAX, referência em Frankfurt, avançava 0,18% e também alcançava pico pelo segundo dia consecutivo, mais perto da inédita marca de 19 mil pontos.
O índice de preços ao consumidor da zona do euro subiu à taxa anual de 2,2% este mês, segundo informou a agência oficial de estatísticas da União Europeia, a Eurostat, em leitura preliminar hoje. O resultado representa o menor ritmo desde julho de 2021 e aproxima o indicador da meta de 2% do BCE.
Para a Capital Economics, o quadro abre espaço para que a instituição monetária volte a reduzir juros em setembro. “Se a inflação dos serviços diminuir durante o resto do ano, como esperamos, o BCE deverá continuar a reduzir gradualmente as taxas de juro com outro corte de 25 pontos-base em dezembro”, prevê a consultoria britânica.
Apesar disso, mais cedo, a dirigente do BCE Isabel Schnabel adotou um discurso mais contido ao comentar as perspectivas do bloco. Schnabel defendeu que o banco central deve ser “cauteloso e gradual” ao afrouxar a política monetária em direção a configurações mais neutras. “O ritmo da flexibilização da política não pode ser mecânico. Precisa se basear em dados e análises”, argumentou.
A dirigente disse ainda que ainda considera mais provável um pouso suave no bloco da moeda comum, ou seja, o controle da inflação sem um dano significativo à atividade. Nesta toada, o mercado de trabalho deu mais sinais de resiliência, com queda da taxa de desemprego à mínima recorde de 6,4% em julho, conforme revelado nesta manhã.
Agora, investidores voltam as atenções para a divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE) de julho nos EUA, a métrica inflacionária preferida do Federal Reserve (Fed). O dado será informado às 09h30 (de Brasília), junto com números de renda pessoal e gastos com consumo.
No horário citado acima, a Bolsa de Londres subia 0,28%, Paris ganhava 0,60%, Lisboa avançava 0,80% e Milão computava elevação de 0,60%. No câmbio, euro e libra tinham ganhos marginais, em alta a US$ 1,1082 e US$ 1,3185, respectivamente. Os rendimentos dos títulos da dívida dos países europeus exibiam firme retração, também em reação aos dados de inflação.
Com Estadão Conteúdo