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Bolsas asiáticas fecham em baixa com Nvidia (NVDC34); Europa sobe com possível alívio do BCE

Bolsas asiátias. Foto: iStock.

Bolsas asiátias. Foto: iStock.

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em queda nesta quinta-feira (29), após o balanço da Nvidia frustrar as expectativas mais otimistas de investidores e induzir liquidação de ações do setor de tecnologia na região, também de olho em resultados locais.

Os números da gigante americana dos semicondutores superaram o consenso de analistas em Wall Street, mas a surpresa ficou aquém dos significativos desvios positivos exibidos nos trimestres anteriores.

“Os resultados brilhantes foram obscurecidos pelo atraso do chip Blackwell de próxima geração e pelas preocupações crescentes de que a concorrência chegará em breve para desafiar a monstruosa participação de mercado da Nvidia”, explica a analista Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank.

Na esteira da recepção negativa à fabricante de chips americana, a rival Taiwan Semiconductor Manufacturing (TSMC) caiu 2,18% em Taiwan hoje. O desempenho contribuiu para que o índice Taiex, referência em Taipei, encerrasse em baixa de 0,75%, a 22.201,85 pontos.

O setor também pressionou os negócios na Coreia do Sul, onde o índice Kospi perdeu 1,02%, a 2.662,28 pontos. Por lá, Samsung Electronics cedeu 3,14% e Hanmi Semiconductor despencou 9,45%. SK Hynix, uma das principais fornecedoras da Nvidia, recuou 5,35%.

Um pouco melhor, o índice Nikkei, em Tóquio, terminou o dia com uma desvalorização marginal de 0,02%, a 38.362,53 pontos. O enfraquecimento do iene ante o dólar ajuda a contrapor os efeitos da cautela geral.

Na China, os mercados tiveram sinais divergentes. O Xangai Composto caiu 0,50%, a 2.823,11 pontos, mas o menos abrangente Shenzhen Composto subiu 1,13%, a 1.510,42 pontos.

Em Hong Kong, o Hang Seng avançou 0,53%, a 17.786,32 pontos. O papel da Meituan saltou 12,55%, após a plataforma de compras e entregas chinesa ampliar lucro no segundo trimestre. A montadora de elétricos BYD subiu 0,71%, mas a Li Auto desabou 9,75%, ambos na esteira de balanços.

Na Oceania, o índice S&P/ASX 200, de Sydney, caiu 0,33%, a 8.045,10 pontos, sob o peso do segmento de commodities.

Europa sobe com possível alívio do BCE

As bolsas da Europa operam em alta nesta manhã, com Frankfurt em novo recorde histórico, após dados indicarem arrefecimento da inflação na região e consolidarem aposta por mais cortes de juros do Banco Central Europeu (BCE). Investidores ainda repercutem o balanço da Nvidia.

Por volta das 06h50 (de Brasília), o índice Stoxx 600 subia 0,73%, a 524,39 pontos.

Em destaque, o índice DAX, de Frankfurt, avançava 0,66%, após ter alcançado inédita pontuação de 18.936,04 pontos na máxima do dia. Uma bateria de dados apontou inflação menor nas principais regiões da Alemanha, horas antes da divulgação dos números nacionais.

Na Espanha, o índice de preços ao consumidor (CPI) desacelerou à taxa anual de 2,4% em agosto, segundo informado pela agência oficial de estatísticas do país mais cedo. Assim, no horário citado acima, o índice Ibex 35, de Madri, tinha elevação de 0,49%.

Também na agenda, o sentimento econômico da zona do euro teve inesperado avanço em agosto. A Capital Economics vê efeitos dos Jogos Olímpicos de Paris, mas ainda acredita que a economia seguirá estagnada no terceiro trimestre.

“Com dados separados mostrando que a inflação cheia caiu de forma bastante acentuada em vários estados alemães e na Espanha em agosto, não há nada nos dados de hoje que mude a nossa opinião de que os dirigentes [do BCE] irão reduzir as taxas de juro em mais 25 pontos-base na próxima reunião em meados de setembro”, afirma a consultoria britânica.

Na contramão das bolsas asiáticas, os papéis de tecnologia exibem ganhos nas praças europeias, enquanto operadores ponderam os números da Nvidia. O Bank of America Securities chamou de “ruído” a reação negativa aos resultados e reiterou a recomendação de “compra”, com avaliação de “top pick”. Na esteira, a ação da fabricante de chips arrefeceu perdas em Nova York. Em Amsterdã, a rival ASML subia 2,36%.

Em Paris, as fabricantes de bebidas alcoólicas Remy Cointreau e Pernod Ricard avançavam 6,72% e 4,32%, respectivamente, após a China informar que decidiu não impor tarifas adicionais à importação de conhaque europeu. Por lá, o índice CAC 40 computava incremento de 0,76%.

Entre outras capitais, a bolsa de Londres ganhava 0,32% e Milão se valorizava 0,86%, mas Lisboa perdia 0,20%. No câmbio, o euro caía a US$ 1,1090 e a libra estava praticamente estável em US$ 1,3193. Os rendimentos dos títulos da dívida dos países europeus também recuavam, diante dos dados de inflação.

Com Estadão Conteúdo

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