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Bolsas asiáticas fecham mistas e Europa opera em baixa de olho em geopolítica

Bolsas da Europa e Ásia seguem tendência global de queda

Bolsa de valores na Europa - Foto: iStock

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta segunda-feira (26) enquanto investidores contrapuseram perspectivas de cortes de juros nos Estados Unidos com tensões no Oriente Médio, após ataques mútuos entre Israel e o Hezbollah no final de semana.

Os mercados tentaram seguir o sentimento positivo que Wall Street exibiu na última sexta-feira, 23, quando o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, avisou que “chegou a hora” de ajustar a política monetária.

No entanto, os desdobramentos geopolíticos travaram o ímpeto nas mesas de operações orientais. Assim, o índice Nikkei, referência em Tóquio, encerrou a sessão em queda de 0,66%, a 38.110,22 pontos. O fortalecimento do iene prejudicou ações de grandes exportadores.

Na Coreia do Sul, o índice Kospi, de Seul, recuou 0,14%, a 2.698,01 pontos. Entre os destaques negativos, o papel da gigante da construção HD Heavy Industries perdeu 3,58%, após um sindicato anunciar plano de entrar em greve a partir da quarta-feira em meio a disputas salariais.

Na contramão, o Taiex, referência na Bolsa de Taiwan, subiu 0,37%, a 22.240,12 pontos. Entre as praças chinesas, o Xangai Composto ganhou 0,04%, a 2.855,52 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,42%, a 1.512,50 pontos.

Em Hong Kong, o Hang Seng se valorizou 1,06%, a 17.798,73 pontos. Hoje, o Banco do Povo da China (PBoC) manteve a taxa de empréstimo de médio prazo (MLF) de um ano estável em 2,3%.

Apesar do movimento desta segunda-feira, analistas do Citi acreditam que investidores devem continuar favorecendo ações de Taiwan, Japão e Índia, em detrimento das chinesas, em meio a incertezas na segunda maior economia do planeta. “Esses mercados podem continuar sendo os favoritos dos investidores se os cortes nos juros dos EUA trouxerem mais interesse na Ásia”, diz o Citi.

Na Oceania, o índice S&P/ASX 200, em Sydney, subiu 0,76%, a 8.084,50 pontos.

Europa opera em baixa

As bolsas da Europa apresentam viés negativo nas primeiras horas do pregão desta segunda-feira, 26, após dado de sentimento empresarial na Alemanha e tensões no Oriente Médio reverterem o bom humor por perspectivas de cortes de juros nos Estados Unidos.

Por volta das 6h30 (de Brasília), o índice Stoxx 600, que reúne as principais ações da região, caía 0,02%, a 518,03 pontos.

O índice Ifo de sentimento das empresas alemãs caiu menos que o esperado em agosto. Mesmo assim, o indicador é mais um sinal de que a maior economia europeia enfrenta um quadro de “estagnação sem fim”, na visão do ING. “Ainda não há recuperação à vista”, alerta o banco, em relatório.

Neste ambiente, o índice DAX, de Frankfurt, recuava 0,24%. Investidores buscam certa proteção em ativos como ouro e Treasuries, após um final de semana marcado por ataques mútuos entre Israel e o Hezbollah. Na Ucrânia, a Rússia lançou uma ofensiva contra a infraestrutura de energia hoje.

O cenário abre espaço para correção do rali que disseminou nas bolsas globais na última sexta-feira, 23, quando o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, sinalizou que “chegou a hora” de cortar juros durante o Simpósio de Jackson Hole. Dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) também indicaram que podem voltar a reduzir a taxa básica no mês que vem.

De qualquer forma, a sessão tende a ter volume de negócios contido, já que a Bolsa de Londres está fechada por conta de feriado no Reino Unido. Ao longo da semana, a agenda na região prevê dados de inflação na Alemanha e na zona do euro, além de indicadores de confiança.

No horário citado acima, a bolsa de Paris se descolava do tom negativo dos pares e avançava 0,10%, a 7.584,26 pontos. Milão caía 0,04% e Lisboa perdia 0,12%, enquanto Madri aparecia estável. No câmbio, o euro recuava a US$ 1,1181, após ter alcançado pico no ano na semana passada. Já a libra baixava a US$ 1,3195, dias depois de atingir máxima em mais de dois anos.

Com informações da Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo

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