Bolsas asiáticas fecham em baixa com PIB da China; Europa cai com receio por juros
As bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta quarta-feira (17), após dados econômicos decepcionantes da China e em meio a preocupações renovadas com a trajetória de queda dos juros nos EUA.
Esse cenário pode influenciar nas negociações do Ibovespa hoje. Na véspera, o índice fechou em queda de 1,69%, aos 129.294,04 pontos.
No quarto trimestre de 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) da China teve expansão anual de 5,2%, em linha com a previsão de analistas consultados pela FactSet. O resultado, porém, ficou abaixo do consenso do The Wall Street Journal (+5,6%) e da Reuters (+5,3%).
Em todo o ano de 2023, o PIB chinês também cresceu 5,2%, confirmando o que o primeiro-ministro Li Qiang havia antecipado em discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
Também decepcionaram números do varejo chinês e do setor imobiliário da China, que enfrenta uma grave crise há anos. As vendas no varejo da China avançaram 7,4% na base anual em dezembro, abaixo da projeção de 7,7%. Já os s preços médios de novas casas caíram 0,45% em dezembro em relação a novembro, acima do recuo anterior de 0,37%.
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Diante desse cenário, o Hang Seng liderou as perdas na região pelo segundo dia consecutivo, com um tombo de 3,71% – o maior desde outubro de 2022 – em Hong Kong, a 15.276,90 pontos. Na China continental, as quedas também foram expressivas: de 2,09% do Xangai Composto, a 2.833,62 pontos, e de 2,54% do menos abrangente Shenzhen Composto, a 1.698,70 pontos.
Em outras partes da Ásia, o japonês Nikkei caiu 0,40% em Tóquio, a 35.477,75 pontos, depois de chegar a atingir nova máxima intraday desde fevereiro de 1990, enquanto o sul-coreano Kospi caiu 2,47% em Seul, a 2.435,90 pontos, e o Taiex recuou 1,07% em Taiwan, a 17.161,79 pontos.
A perspectiva acerca dos juros nos EUA também preocupa. Ontem, um diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) previu que os juros americanos cairão menos este ano do que se imaginava. Em reação, as bolsas de Nova York encerram o pregão de terça-feira em baixa.
Na Oceania, a bolsa australiana também ficou no vermelho hoje, mas a perda foi bem mais moderada. O S&P/ASX 200 caiu 0,29% em Sydney, a 7.393,10 pontos, em seu quarto pregão negativo seguido.
Bolsas da Europa caem mais de 1%
As bolsas europeias operam em baixa de mais de 1% na manhã desta quarta-feira, após mais comentários de autoridades do Banco Central Europeu (BCE) esfriarem as expectativas para cortes de juros na zona do euro e na esteira de dados econômicos decepcionantes da China. Também preocupa a perspectiva da política monetária no Reino Unido, após dados de inflação acima do esperado, e dos EUA.
Confira o desempenho dos índices por volta das 8h:
Londres (FTSE100): -1,58% a 7.438 pontos
Frankfurt (DAX): -1,04% a 16.399 pontos
Paris (CAC 40): -1,20% a 7.309 pontos
Madrid (Ibex 35): -1,26% a 9.868 pontos
Europa (Stoxx 600): -1% a 4.402 pontos
Nos comentários mais recentes, a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse à Bloomberg em Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundial, que embora a inflação na zona do euro esteja voltando para a meta oficial, ainda não é possível declarar vitória. Já o dirigente do BCE e presidente do BC holandês, Klass Knot, disse que é improvável que haja cortes de juros no primeiro semestre deste ano.
No Reino Unido, a taxa anual da inflação ao consumidor (CPI) acelerou inesperadamente em dezembro, a 4%, impulsionando a libra e reduzindo as chances de eventual relaxamento da política monetária do Banco da Inglaterra (BoE).
Ainda no campo da política monetária, um diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) previu ontem que os juros americanos cairão menos este ano do que se imaginava. Em reação, as bolsas de Nova York encerraram o pregão de terça-feira em baixa.
Logo mais, a Eurostat divulga pesquisa final do CPI da zona do euro, que mostrou aceleração na leitura preliminar.
*Com informações da Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo