Bolsas asiáticas fecham em baixa com Japão puxando perdas; Europa opera mista

As bolsas asiáticas fecharam em queda hoje (11), com Tóquio em baixa de mais de 1% após uma dirigente do Banco do Japão (BoJ) reforçar expectativa por mais aperto monetário e impulsionar o iene ao nível mais forte do ano ante o dólar. As ações do setor de energia enfrentaram forte pressão, após o tombo de 4% do petróleo na véspera.

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A dirigente do BoJ Junko Nakagawa reiterou a mensagem de que a instituição deve voltar a subir juros à frente, embora não tenha fixado uma data para o próximo aumento. “Se as perspectivas econômicas e de preços do Banco se concretizarem, com o objetivo de estabilidade de preços de inflação a 2%, o grau de flexibilização monetária será ajustado”, disse.

Os comentários impulsionaram a moeda japonesa, em um movimento que pressiona principalmente as grandes exportadoras. Em Tóquio, os papéis de Mitsubishi Heavy Industries e Toyota recuaram mais de 3%. Com isso, o índice Nikkei encerrou o pregão em baixa de 1,49%, a 35.619,77 pontos.

Na China, o Xangai Composto cedeu 0,82%, a 2.721,80 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 0,05%, a 1.499,53 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng teve retração de 0,73%, a 17.108,71 pontos. As petroleiras PetroChina (-1,40%) e CNOOK (-2,30%) foram penalizadas pelas fortes perdas da commodity ontem.

Investidores também seguem atentos às incertezas relativas à economia americana e à evolução da política monetária do Federal Reserve (Fed). Há expectativa pela divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos nesta manhã, que deve balizar as apostas para a decisão do banco central americano na semana que vem.

Neste ambiente, o índice Taiex, referência em Taiwan, perdeu 0,16%, a 21.031,00 pontos. Na Coreia do Sul, o Kospi baixou 0,40%, a 2.513,37 pontos. Samsung Electronics caiu 1,96%, depois que o Nomura cortou a projeção de lucro operacional para o terceiro trimestre. Por outro lado, a fabricante de baterias Samsung SDI disparou 9,91%, após anunciar plano de desinvestimento para focar em seus negócios centrais.

Na Oceania, o S&P/ASX 200 caiu 0,30%, a 7.987,90 pontos, em Sydney. Woodside Energy recuou 2,21%. Na contramão, as empresas ligadas à produção de lítio tiveram sólidos ganhos, após relatório do Citi revelar que a fabricante chinesa de baterias para veículos elétricos Contemporary Amperex Technology (CATL) está considerando suspender algumas operações de mineração do metal. Assim, Mineral Resources disparou 15,95% e Liontown Resources subiu 13,11%.

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Bolsas da Europa oscilam

As bolsas da Europa oscilam sem direção única nesta manhã, enquanto investidores se preparam para a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos hoje, na véspera da decisão do Banco Central Europeu (BCE).

Por volta das 06h30 (de Brasília), o índice Stoxx 600 subia 0,10%, a 508,48 pontos.

A ação do Commerzbank disparava 14,80% em Frankfurt, após o UniCredit anunciar compra de 9% em participação no rival alemão. O papel do banco italiano, por outro lado, caía 0,49% em Milão.

Mineradoras e petroleiras também aparecem em destaque no pregão, diante da recuperação das commodities após as fortes perdas da véspera. Em Londres, BP (+1,21%), Antofagasta (+1,68%) e Glencore (+1,20%) operam no azul.

Na contramão, Rentokil despencava 17,96% na capital britânica, após a empresa de controle de pragas informar que agora espera crescimento da receita orgânica menor do que o esperado anteriormente nos negócios da América do Norte.

No cenário macro, a produção industrial no Reino Unido teve inesperado recuo de 0,8% em julho ante junho, informou o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês) hoje. Já o Produto Interno Bruto (PIB) britânico ficou estagnado no mesmo mês.

Agora, as atenções se voltam para a leitura de agosto do CPI americano. A expectativa é de que o indicador tenha desacelerado à taxa anual de 2,6% no mês passado, conforme a mediana de estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast. O dado deve balizar as apostas para a reunião do Federal Reserve (Fed) na semana que vem, que atualmente pendem para um corte de 25 pontos-base nos juros.

Antes do banco central americano, contudo, o BCE deve reduzir as taxas básicas mais uma vez amanhã, conforme precificam investidores. “Os riscos estão enviesados para algo um pouco mais dovish, dado o enfraquecimento das perspectivas de crescimento e as discussões internas (de acordo com fontes do BCE) sobre se isso justifica cortes mais rápidos”, afirma o Bank of America (BofA).

Neste ambiente, a Bolsa de Londres caía 0,18% e a de Milão cedia 0,30%, mas Frankfurt e Paris tinham ganhos marginais de 0,06% cada uma. Mais forte, Lisboa ganhava 0,99%, sob apoio de EDP Renováveis (+2,66%) e Galp (+1,59%). No câmbio, o euro avançava a US$ 1,1045 e a libra subia a US$ 1,3089.

Com informações da Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo

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Guilherme Serrano

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