Bolsas asiáticas fecham em queda e Europa busca recuperação pós payroll

As bolsas asiáticas fecharam queda nesta segunda (09), após dados no Japão e na China terem amplificado o ajuste às fortes perdas de Wall Street na sexta-feira, na esteira do relatório de empregos payroll dos Estados Unidos.

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A criação de postos de trabalho na maior economia do planeta acelerou em agosto, mas ficou aquém das projeções e foi acompanhada de revisões negativas dos meses anteriores. Os mercados, então, consolidaram a aposta de que o Federal Reserve (Fed) abrirá o ciclo de alívio monetário com um corte mais tímido de 25 pontos-base nos juros.

“Os dados de emprego dos EUA revelados ao longo da semana foram fracos, mas talvez não fracos o suficiente para inclinar as expectativas pelo Fed para um direcionamento claro”, resumiu a analista Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank.

O dilema induziu uma pesada liquidação de ações globalmente, que se estendeu às praças asiáticas neste começo de semana. Em Tóquio, o índice Nikkei encerrou o pregão em baixa de 0,48%, a 36.215,75 pontos. Os papéis de empresas do setor de chips semicondutores expandiram a desvalorização recente, entre eles Lasertec (-4,80%) e Tokyo Electron (-2,27%).

O Produto Interno Bruto (PIB) do Japão teve crescimento anualizado de 2,9% no segundo trimestre, menos do que havia sido informado originalmente, conforme a segunda leitura do dado divulgada durante a sessão.

Na China, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) ganhou força em agosto, mas ficou abaixo das estimativas do mercado. Para a Pantheon Macroeconomics, o indicador é mais um reflexo da demanda enfraquecida no país asiático, que enfrenta uma crise no segmento imobiliário.

Neste ambiente, o índice Xangai Composto caiu 1,06%, a 2.736,49 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto cedeu 0,59%, a 1.496,23 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng cedeu 1,42%, a 17.196,96 pontos.

Na Coreia do Sul, o Kospi recuou 0,33% em Seul, a 2.535,93 pontos, no quinto dia consecutivo de retração. Samsung Electronics se desvalorizou 2,03% e esteve entre os destaques negativos por lá.

Em Taiwan, o Taiex baixou 1,36%, a 21.144,44 pontos. Na Oceania, o S&P/ASX 200, de Sydney, caiu 0,32%, a 7.988,10 pontos.

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Europa tenta recuperação

As bolsas da Europa buscam recuperação nesta manhã, após o relatório payroll apontar criação de empregos aquém das projeções nos Estados Unidos e induzir forte liquidação de ações globalmente na sexta-feira. A agenda econômica esvaziada no exterior mantém investidores na expectativa pelos eventos de uma semana que promete mais um provável corte de juros do Banco Central Europeu (BCE).

Por volta das 06h30 (de Brasília), o índice Stoxx 600 subia 0,79%, a 510,58 pontos, depois de computar a mais forte desvalorização semanal desde outubro de 2023, de acordo com a Reuters .

Os mercados ocidentais se descolaram dos asiáticos e amanheceram em clima de retomada, após a recepção ao payroll. A criação de empregos acelerou em agosto, mas frustrou as previsões de analistas e foi acompanhada de revisões negativas dos meses anteriores.

Na esteira, investidores reforçaram a aposta de que o Federal Reserve (Fed) abrirá o ciclo de relaxamento monetário com uma redução de 25 pontos-base nos juros na semana que vem. Na quarta-feira, 11, a leitura de agosto da inflação ao consumidor (CPI) dos EUA pode fornecer mais pistas sobre a dimensão da primeira tesourada na taxa básica desde a pandemia.

Antes do desfecho do Fed, no entanto, o BCE deve entregar o segundo corte consecutivo de juros na quinta-feira, 12, após o CPI na zona do euro ter desacelerado ao menor nível desde meados de 2021.

No horário citado acima, o índice FTSE 100, de Londres, avançava 0,61%. Os ganhos eram liderados pelo salto de 8,04% da Entain, após o site de apostas britânico revelar que o crescimento no segundo semestre tem se provado mais forte que o esperado até agora.

Entre outras praças, Frankfurt subia 0,79%, apesar do recuo de 3,87% da Adidas, que teve recomendação rebaixada de “overweight” para “equalweight” (equivalente a neutra) pelo Barclays. Já a Bolsa de Paris ascendia 0,78%, Milão ganhava 0,98% e Lisboa tinha alta de 0,53%. As ações de bancos, no geral, apareciam em destaque. No câmbio, o euro caía a US$ 1,1052 e a libra recuava a US$ 1,3098.

Com Estadão Conteúdo

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Guilherme Serrano

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