Bolsas da Ásia fecham em queda, em quadro de cautela com China e aperto monetário por BCs

Antes do final de semana, as bolsas de valores na Ásia fecharam o dia em queda, com a preocupação recaindo sobre o mercado imobiliário da China. A adoção de políticas monetárias mais restritas para segurar o aumento da inflação também foi um fator influente.

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Este cenário deve influenciar nas negociações do Ibovespa hoje, que bateu recorde negativo nessa quinta-feira (17), com 13 sessões seguidas de baixa.

Em Xangai, a bolsa local fechou no vermelho, em queda de 1,00%, a 3.131,95 pontos (mínima do dia). A grande maioria dos indicadores por setores terminaram o dia piores, com o índice local recuando 1,8% na semana.

Preocupações com o fato de que a China Evergrande entrou com pedido de falência nos EUA pesaram. O pedido da Evergrande, conhecido como “Chapter 15”, e trata-se de uma proteção contra falências, destinada a lidar com proteções judiciais de empresas internacionais.

Papéis ligados ao consumo e de fabricantes de softwares lideraram as perdas.

Desempenho das demais bolsas asiáticas

Na Bolsa de Tóquio, o indicador Nikkei sofreu uma queda de 0,55%, fechando em 31.450,76 pontos. As ações de empresas varejistas e farmacêuticas tiveram um desempenho negativo, devido às preocupações acerca das políticas monetárias restritivas adotadas pelos bancos centrais e seu impacto na economia. Zensho Holdings apresentou uma redução de 4,3%, enquanto Daiichi Sankyo teve uma queda de 2,0%.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng teve uma retração de 2,05%, encerrando o dia em 17.950,85 pontos. A atenção estava voltada para as preocupações relacionadas à China após o anúncio sobre a Evergrande. As ações vinculadas ao setor imobiliário sofreram quedas significativas, com Longfor Group Holdings registrando um decréscimo de 3,8%. As empresas de tecnologia também estiveram entre as que apresentaram perdas. Xpeng registrou uma redução de 6,6%, enquanto Alibaba Group Holding teve um declínio de 3,4%.

Na Coreia do Sul, o índice Kospi encerrou o dia com uma queda de 0,61% em Seul, marcando a sexta redução consecutiva na bolsa sul-coreana. Esse é o período mais longo de quedas nesse mercado desde junho de 2022, de acordo com o FactSet. Analistas do IG, como Yeap Jun Rong, afirmaram que a perspectiva de uma postura hawkish na política monetária continua a ter peso, após a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) na quarta-feira. LS Corp. apresentou uma retração de 7,55%, enquanto Posco International teve um declínio de 6,5%.

Em Taiwan, o índice Taiex também fechou em queda de 0,82% e encerrou o pregão a 16.381,31 pontos.

Na Oceania, em Sydney, o índice S&P/ASX 200 teve um fechamento praticamente estável, com um aumento de 0,03%, atingindo 7.148,10 pontos. A bolsa australiana enfrentou sua maior queda semanal desde o início de setembro, registrando um recuo de 2,6%. Entre as ações em destaque hoje, os setores financeiro, de telecomunicações e empresas relacionadas ao consumo e energia apresentaram desempenho negativo.

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Queda da Bolsa de Hong Kong inicia período de ‘bear market’

Seguindo o movimento das bolsas regionais, em Hong Kong, o Hang Seng encerrou esta sexta-feira (18) derretendo 2,05%, a 17.950,85 pontos. Desde a sua máxima recente, no final de janeiro deste ano, o índice perdeu um quinto de seu valor que significa que esse mercado está em território de bear market – quando uma bolsa enfrenta desvalorizações acompanhadas de pessimismo por parte dos investidores.

A movimentação do índice mostra a dramática mudança de sentimento na bolsa local, após um boom mais cedo neste ano apoiado por expectativa de recuperação econômica na China. Agora, a economia chinesa não mostra muito impulso e seu setor imobiliário dá novos sinais de dificuldades.

Na China, as ações também bateram mínimas em 2023, com o maior índice de referência do país CSI 300 recuando 1,2%, somando ao declínio de 2,3% neste ano.

Com informações Estadão Conteúdo e Dow Jones Newswires.

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Camila Paim

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