O presidente Jair Bolsonaro entregou nesta segunda-feira (9) à Câmara dos Deputados a proposta do novo Bolsa Família, conhecido como Auxílio Brasil, com um valor no mínimo 50% superior ao atual. Hoje o valor médio do Bolsa Família é de R$ 192.
O novo Bolsa Família será definido somente no final deste ano. O governo defende que o auxílio deverá pagar R$ 400, mas a equipe econômica diz que o espaço no Orçamento é de R$ 300, para não estourar o teto de gastos públicos.
Bolsonaro havia dito que o valor mínimo seria de R$ 300, mas que tinha a intenção de aumentar para até R$ 400, o que representaria um incremento de 100% em relação ao que é pago hoje. Mas a afirmou que o garantido no momento é subir 50%.
Ele entregou ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para parcelar o pagamento de precatórios e criar um fundo com recursos de privatização a ser destinado para aumentar o valor do Bolsa Família, futuro Auxílio Brasil.
Em dados divulgados em junho, o Banco Central constatou que a dívida das famílias ficou ainda mais alta e bateu um novo recorde no Brasil. As estatísticas do banco mostram que, no mês de março, o endividamento das famílias chegou aos 58%. É o maior porcentual da série histórica, iniciada em janeiro de 2005.
O cálculo leva em conta o total das dívidas bancárias dividido pela renda das famílias no período de 12 meses. Os dados incorporam a Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além do novo Bolsa Família, Bolsonaro prevê botijão de gás para famílias
Na semana passada, quando Bolsonaro afirmou que o valor do novo Bolsa Família seria de até R$ 400, o presidente sinalizou também a possibilidade de o governo utilizar cerca de R$ 3 bilhões de fundo da Petrobras (PETR4) para subsidiar a compra de um botijão de gás a cada dois meses por famílias inscritas no programa social.
“A ideia é dar um botijão de gás a cada dois meses para o pessoal do Bolsa Família. Depende de pequenos acertos, porque a Petrobras não é minha, tem que combinar com a parte privada”, ressalvou.
O financiamento do reajuste do benefício do Bolsa Família é matéria de disputas internas no governo. Em reunião com os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu o parcelamento dos precatórios para abrir espaço no Orçamento.