O Bolsa Família não está garantido, mesmo com uma possível folga no teto de gastos e com o aumento da arrecadação federal, segundo análise do diretor executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, Felipe Salto.
Durante a entrevista, ele destacou que, mesmo com o espaço, poderá faltar dinheiro para viabilizar a promessa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de ampliar o programa Bolsa Família do valor médio de R$ 190 para R$ 300.
Salto também avaliou que, apesar de haver uma folga na regra que impede que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação em 2022, o espaço para ampliar investimentos é ilusório e impulsionado por fatores negativos, como o avanço da inflação.
Em relatório recente, a IFI calcula que o espaço para ampliação de despesas em 2022 será de R$ 47,3 bilhões, mas pode diminuir caso a inflação de dezembro, que baliza outros benefícios sociais, avance.
Em um dos cenários mais extremos, caso a inflação ultrapasse a projeção para dezembro do INPC – atualmente estimado em 5,8% – em 1,5 ponto porcentual, esse espaço cairia para R$ 28 bilhões. Segundo Salto, há uma incerteza muito grande sobre os índices de inflação, notadamente, o INPC (que corrige o salário mínimo) e o IPCA (índice oficial).
Governo Federal anunciou novo Bolsa Família em junho
O presidente Jair Bolsonaro declarou, no dia 15 de junho, que o novo Bolsa Família pagará R$ 300 em média para os beneficiários do programa. Em entrevista à SIC TV, afiliada da TV Record em Rondônia, ele citou que a inflação de produtos que compõem a cesta básica ficou “em torno de 14%”, e alguns itens chegaram a subir 50%.
“O Bolsa Família, a ideia é dar um aumento de 50% para ele em dezembro, para sair de média de R$ 190, um pouco mais de 50% seria (o aumento), para R$ 300. É isso que está praticamente acertado aqui”, disse o presidente.
Com informações do Estadão Conteúdo