Com os avanços regulatórios mais recentes, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro está cada vez mais próxima de estar operacional. Apesar disso, não há expectativa de que o projeto saia do papel em 2024.
No contexto atual, a projeção é de que a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro passe a funcionar no segundo semestre do ano de 2025.
A possibilidade de uma Bolsa no RJ tem sido comemorada pelo prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PSD).
“O Rio tem uma parte importante da força econômica do Brasil: a Vale está aqui, a Globo está aqui, a teledramaturgia da Record está no Rio. Mas onde está o setor produtivo? A gente tem um monte de coisas interessantes acontecendo no setor privado do Rio, mas a gente não consegue levantar essa turma”, disse o prefeito em seu X, antigo Twitter.
Virei paulista Faralimer Meu! SQN!
A BOLSA DE VALORES DO RIO TÁ CHEGANDO, MEU!
Alô condado, @FariaLimaElevat @Arthuritofaria1 e @Ofaustocarvalho , chega aí que aqui o beach tennis é na praia de verdade!
Agradeço ao presidente @CarloCaiado e vereadores da @camarario que… pic.twitter.com/Q1dzVdOILj
— Eduardo Paes (@eduardopaes) July 3, 2024
“A volta da Bolsa de Valores é a ponta do iceberg. É o esforço do governador, prefeito, atores políticos. O setor privado percebeu que tem uma concorrência a ser feita com São Paulo. Começamos a criar um ambiente econômico, um conjunto de atrativos e de novos mercados que surgirão”, concluiu Paes.
O CEO da ATG, Claudio Pracownik, já deu declarações sinalizando que até dezembro deste ano os sistemas devem estar prontos para que os órgãos reguladores os testem.
Isso, após as devidas autorizações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Banco Central (BC).
O executivo declarou ao jornal Valor Econômico que há uma década que a ATG tenta quebrar o ‘monopólio da B3‘.
“Concorrência traz eficiência, que traz investimentos. Quando conversamos lá fora, existe uma sensação de risco sistêmico sobre o Brasil. Trazer uma nova bolsa alivia os riscos e sobretudo reduz os preços. O custo de capital do país é altíssimo e isso vem muito do monopólio e do nosso ambiente macroeconômico”, disse.
Quem é o ‘dono’ da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro?
O projeto de Bolsa do Rio, que deve concorrer com a B3 (B3SA3), é da Americas Trading Group (ATG), uma companhia controlada pelo Mubadala.
O Mubadala é um fundo de private equity que figura como um dos principais fundos soberanos de investimentos no mundo. O fundo pertence ao governo do Emirado de Abu Dhabi e possui mais de US$ 270 bilhões em ativos sob gestão (cerca de R$ 1,5 trilhão no câmbio atual).
Provisoriamente, a bolsa deve se chamar American Trading Service, ou ATS.
RJ deixou de ter bolsa nos anos 2000
No passado, o Rio de Janeiro chegou a ter uma bolsa, que nasceu em meados de 1820, após o período colonial.
Em 2000, a bolsa do RJ passou a negociar apenas títulos públicos (com a transferência da negociação com ações para a Bolsa de Valores de São Paulo, atual B3).
Em 2002, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro foi totalmente incorporada pela BM&F, e em 2007 foi criada a Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros – BM&FBOVESPA, que posteriormente se tornou a B3.