A Hong Kong Exchange & Clearing (HKEX), Bolsa de Hong Kong, anunciou oficialmente, na última segunda-feira (7), a desistência da compra da Bolsa de Londres, a London Stock Exchange Group (LSE).
O acordo que iria interligar dois grandes centros comerciais seria estratégico para a Bolsa de Hong Kong para ser um elo entre a Europa e a China continental.
Charles Li, executivo-chefe da bolsa asiática, escreveu em um blog nesta terça-feira (8) que a “visão para os negócios que se avizinham é aproveitar o papel que já desempenhamos em Hong Kong, China, Ásia e mais amplamente”.
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O executivo tinha ciência que a compra da Bolsa de Londres não aconteceria sem a contribuição da administração dos londrinos. A oferta de Li foi inesperada, devido ao conturbado contexto político.
Em agosto, ativistas asiáticos e parlamentares britânicos solicitaram a intervenção de Boris Johnson, primeiro ministro do Reino Unido, através de sanções, devido a crise humanitária vivida pela população, segundo eles. A compra da Bolsa de Londres poderia representar uma retaliação às medidas tomadas pelos britânicos.
A proposta de 32 bilhões de libras (cerca de R$ 159,59 bilhões na cotação atual), apresentada no dia 11 de setembro, logo foi recusada.
Britânicos avaliaram o contexto de Hong Kong
Para tal tomada de decisão, os britânicos avaliaram o peso de Hong Kong no futuro, mediante aos protestos anti-China que ocorrem há mais de quatro meses na cidade. As manifestações colaboraram para a primeira recessão da história do país.
A LSE já diz encontrar um movimento de saída das empresas e investidores para operarem em Cingapura, por exemplo.
Segundo Li, o plano estratégico da HKEX é estar “conectada globalmente” enquanto mantem-se “ancorada na China”, vinculando seu negócios ao território chinês.
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A Bolsa de Hong Kong foi fundada em 2000 após a junção de Bolsas de Valores e derivativos no país asiático. A companhia foi estatizada ainda naquele ano. Já a Bolsa de Londres, foi criada no início do século XIX, em 1801.