Bolsa da China despenca 5,1% em maior queda desde 2020 e ‘puxa o tapete’ dos mercados internacionais

Puxando a baixa das bolsas asiáticas, o o Xangai Composto, principal índice da Bolsa da China teve queda de 5,1% nesta segunda (25). A baixa é a maior desde fevereiro de 2020, a 2.928,51 pontos, seu menor nível desde junho de 2020.

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A queda do mercado se dá em meio a preocupações com o impacto da atual onda de covid-19 na China, dado o cenário de alta de casos e mortes em Xangai.

Em Pequim, a capital chinesa, foram registrados 22 novos casos de covid-19 no domingo (24), o maior número deste ano. Já em Xangai, ocorreram 39 mortes pela doença no sábado (23), número mais de três vezes maior do que o dia anterior.

Os sinais de piora da pandemia intensificaram temores sobre a desaceleração da China, que já ficaram evidentes em março.

Além disso, a perspectiva de aumentos de juros mais agressivos nos EUA, que derrubou Wall Street na semana passada, também comprometeu o sentimento na Ásia.

Nesse cenário, o Shenzhen Composto mostrou teve uma perda ainda mais expressiva, de 6,48%, a 1.790,03 pontos.

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Além da Bolsa da China, Nikkei e Hang Seng recuam forte

Em outras partes da Ásia, o japonês Nikkei caiu 1,90% em Tóquio, a 26.590,78 pontos, enquanto o Hang Seng recuou 3,73% em Hong Kong, a 19.869,34 pontos, o sul-coreano Kospi cedeu 1,76% em Seul, a 2.657,13 pontos, e o Taiex registrou perda de 2,37% em Taiwan, a 16.620,90 pontos.

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Além do mau humor no continente asiático puxado pela Bolsa da China, a retração ocorre após as bolsas de Nova York fecharem o pregão de sexta-feira (22) com perdas de mais de 2,5%, após uma semana de múltiplas evidências de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) planeja de fato elevar juros em ritmo mais veloz, a partir de maio, para combater a persistente alta da inflação em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia.

Entenda o surto de Covid-19 em Xangai

Em novo agravamento da crise de Covid-19 na China, o governo vê novos recordes sendo quebrados com 39 mortes por conta do vírus durante o domingo (24) em Xangai – onde o governo da nação asiática concentra forças para conter o surto de casos diários.

O número de mortes pela Covid-19 em Xangai, desta forma, é o mais alto desde o início do confinamento que se iniciou há semanas. O governo passou a adotar medidas ainda mais restritivas na região, que é considerada o coração financeiro do dragão asiático.

Já na Capital da China, Pequim, o governo local vê uma ‘situação difícil’ por conta do aumento drástico de infecções pela Covid-19.

Apesar da contenção, Xangai registrou suas primeiras mortes – nesta nova onda – no dia 18 de abril. Com a nova leva de óbitos, o total de mortes por conta do vírus foi de 87 na cidade, que já somou cerca de 22 mil novas infecções por coronavírus.

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Em um comunicado ainda mais recentes, desta segunda (25), o site oficial do governo chinês informa que foram registradas 2.666 casos de infecções por transmissão local de um montante de 2.680 novos casos confirmados em todo o país, sendo somente 14 casos ‘importados’.

Desse montante de 2.666 casos, foram 2.472 confirmações somente em Xangai. Nas demais províncias as infecções são drasticamente menores –  79 casos em Jilin, 13 casos em Zhejiang, 26 casos em Heilongjiang.

Pequim, por sua vez, divulgou que teve somente 22 novas infecções por meio da Covid-19, após falas de um alto funcionário da capital alegando que a cidade deve tomar medidas urgentes, segundo a agência de notícias AFP.

Pang Xinghuo disse que, com as informações que as autoridades possuem, há como concluir que a Covid-19 “se espalhou de forma invisível” por uma semana, afetando “escolas, grupos de turismo e muitas famílias”.

“O risco de transmissão contínua e oculta é alto e a situação é difícil”, disse Tian Wei, funcionário da prefeitura de Pequim, em coletiva. “A cidade inteira deve agir imediatamente”, acrescentou, falando sobre o surto de Covid-19 que puxa as baixas na Bolsa da China.

Com Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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