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Bolsa argentina cai 34,14% após resultado das eleições prévias

Macri

Macri promete aumentar salário mínimo após derrota nas eleições primárias

Após a derrota do atual presidente Maurício Macri nas eleições primárias para a eleição presidencial, a Bolsa de Valores da Argentina sofreu uma queda brusca em seu mercado caindo 34,14%, aos 29.195,39 pontos nesta segunda-feira (12).

No Nasdaq, as ações da Argentina estavam entre as piores do mercado com as ADRs também caindo. A petroleira YPF caiu acima de 30% e a siderúrgica Ternium recuou acima de 15% perto dos US$ 15.

O peso argentino chegou a cair 30,4% em comparação ao dólar, tendo a moeda americana negociada a 59 pesos.

Caso continue assim até o fechamento da bolsa, será a maior desvalorização desde o fim do controle cambial na Argentina no fim de 2015, e a segunda maior desde 2002.

O Banco Central Argentino subiu os juros em 10,3% para tentar conter o dólar.

As taxas passaram de 63,7% para 74% ao ano. Além disso, o Banco vendeu US$ 50 milhões em reservas e o risco-país da Argentina atingiu 9,05 pontos percentuais, com uma alta de 0,33 ponto percentual.

Em relação aos títulos argentinos, houveram quedas de 18 a 20 centavos no título referencial da Argentina de 10 anos, o que os levou a serem negociados por 60 centavos ou menos. Os títulos, ações e peso argentinos não tiveram esse tipo de queda simultânea desde a crise argentina em 2001 com o default da dívida.

Entenda a situação na Argentina

No domingo (11), foram realizadas as eleições primárias na Argentina para a eleição presidencial de outubro. O atual presidente do país, Maurício Macri, obteve uma larga derrota para os adversários peronistas Alberto Fernández e Cristina Kirchner.

Os eleitores argentinos deixaram evidente que desaprovam as políticas econômicas do atual presidente, que é considerado um liberal. A chapa Fernandez-Kirchner obteve um resultado de 47,3% dos votos, uma diferença de 15 pontos percentuais em relação a Macri.

Por outro lado, os investidores não enxergam com bons olhos a possível volta do populismo dos governos passados de Néstor e Cristina Kirchner (2003-2015).

A preocupação maior é em relação ao abandono das políticas de ajuste fiscal e liberdade econômica que Maurício Macri havia implementado.

O líder das primárias, Alberto Fernández, afirmou que pretende ampliar benefícios e investimentos em escolas com recursos do pagamento de juros da dívida argentina.

Maurício Macri quando assumiu o poder em 2015 prometeu recuperar o país através de uma onda liberal. Contudo, a promessa não se concretizou com o país em recessão e apresentando inflação acima de 55%.

A forte crise financeira em 2018 teve reflexos negativos no peso, obrigando Macri a pedir um empréstimo junto ao FMI prometendo equilibrar o déficit na Argentina.

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