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Bolsa americana vive o pior cenário de IPOs em duas décadas

Após o movimento de corrida à Bolsa, muitas empresas estão jogando a toalha e desistindo de seus IPOs

Após o movimento de corrida à Bolsa, muitas empresas estão jogando a toalha e desistindo de seus IPOs

Nos 8 primeiros meses do ano passado, a chegada de novas empresas às bolsas de valores dos Estados Unidos movimentou cerca de US$ 100 bilhões. Neste ano, porém, as ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) levantaram US$ 5 bilhões, o que mostra uma forte desaceleração no mercado de capitais norte-americano.

Para a consultoria Dealogic, inflação, alta de juros, conflitos geopolíticos são fatores que, combinados, resultam no pior cenário para o setor corporativo em duas décadas. Especialistas afirmam que menos empresas captando recursos são um sinal de que a economia doméstica não está indo bem.

Desde 1995, quando a Dealogic começou a acompanhar os dados de novas empresas nas bolsas, não se via algo parecido. Durante a crise de 2008 ocorreu uma redução de IPOs, mas houve uma leve retomada nos meses finais do ano, conjuntura que parece não se replicar em 2022, preveem os analistas.



Caminho parecido percorre o mercado brasileiro, com a B3 (B3SA3) vendo suas as ofertas públicas recuarem em 100% no primeiro semestre deste ano. Em 2022, a bolsa brasileira ainda não registrou novos IPOs, em comparação às mais de 45 operações realizadas durante o ano passado.

Dezenas de empresas já desistiram de listar suas ações, caso do Madero, Bluefit Academia e Verzani & Sandrini. Todas essas companhias já haviam enviado prospectos preliminares à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas resolveram adiar ou interromper o processo.

Por se tratar de um ano eleitoral, o mercado tem se preocupado em qual será a proposta do próximo presidente na agenda econômica. Alguns executivos, inclusive, se mostram apreensivos sobre um real crescimento macroeconômico e novos IPOs ainda neste semestre. 

“Estes aspectos não devem ser solucionados em três, quatro meses. Não são suficientes para a gente ver uma volta robusta de mercado de capitais pós-eleição”, disse o chefe de mercados de capitais do Citi no Brasil, Marcelo Millen, em entrevista à Blomberg Línea, nesta segunda-feira (22).

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