Os responsáveis pela elaboração do Boletim Focus, reduziram suas previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020. A estimativa divulgada nesta segunda feira (1) é de -6,25% neste ano, ante -5,89% na semana anterior.
Essa é a 16ª semana consecutiva em que o Boletim Focus corta sua previsão para o PIB brasileiro. Na última sexta-feira (29), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a queda de 1,5% do PIB referente ao primeiro trimestre deste ano.
Esse período foi parcialmente influenciado pela pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), uma vez que as medidas de isolamento social começaram a ser implementadas em meados de março. A divulgação do resultado do segundo trimestre será realizada em 1º de setembro. Esse período, segundo analistas ouvidos pelo SUNO Notícias, será mais impactado pela crise.
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No início do ano, o Boletim Focus previa um crescimento de 2,30% da economia brasileira. O mercado, no entanto, não estimava os impactos econômicos gerados pela pandemia. Para o ano que vem, os especialistas permanecem com a estimativa de um crescimento de 3,50%.
Além disso, o relatório divulgado pelo Banco Central (BC) permanece com a estimativa de que a taxa básica de juros da economia (Selic) terminará o ano na casa dos 2,25%.
Há pouco menos de um mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a taxa de juros mais uma vez, deixando-a em 3% ao ano. Esse é o menor patamar em sua série histórica. A autarquia, ainda, por meio de sua ata da reunião, informou que poderá realizar mais um corte de 0,75%.
Inflação, segundo o Boletim Focus
A expectativa pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano foi cortada pela 12ª semana consecutiva. A inflação de 2020, segundo os especialistas, será de 1,55%. Na semana passada, a estimativa era de 1,57%.
Dessa forma, a elevação dos preços continua inferior à meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano, de 4%. A meta tem uma tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo ir de 2,5% até 5,5%.
Em relação ao ano que vem, os economistas ouvidos pelo BC esperam uma inflação de 3,10%. Há quatro semanas, a estimativa era de 3,30%.
O IPCA é o indicador oficial da inflação no Brasil, e é divulgado pelo IBG mensalmente. Há ainda o IPCA-15, a prévia mensal do indicador.
Confira, em detalhes, as expectativas do mercado para 2020 e 2021, expressas no Boletim Focus.
2020
- PIB: a estimativa é de uma retração da economia em 6,25%
- IPCA: a projeção caiu de 1,57% para 1,55%. A meta central para 2020 é de 4%, com intervalo de tolerância entre 2,5% e 5,5%.
- Taxa Selic: a previsão permanece em 2,25%.
- Dólar: a previsão subiu para R$ 5,40.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit permaneceu em US$ 45,50 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: os economistas indicaram que será de US$ 64 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão permaneceu em -8%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -12%.
2021
- PIB: a projeção do crescimento da economia permaneceu em 3,50%.
- IPCA: a projeção caiu para 3,10%.
- Taxa Selic: a estimativa subiu para em 3,38%.
- Dólar: os investidores aumentaram a previsão de R$ 5,03 para R$ 5,08.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit permaneceu em US$ 45 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: a previsão caiu para R$ 75 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão ficou em -2,06%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit permaneceu em -6%.
O Boletim Focus é elaborado semanalmente pela autoridade monetária central do País na base das previsões dos analistas das 100 principais instituições financeiras.