Os responsáveis pela elaboração do Boletim Focus reduziram suas projeções para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A estimativa divulgada nesta segunda-feira (17) é de uma baixa de 5,52% na economia brasileira, frente a 5,62% na última segunda-feira (10). Essa é a sétima semana seguida que o relatório do Banco Central (BC) prevê uma queda menos intensa para o indicador econômico.
Há cerca de um mês, entretanto, o Boletim Focus projetava uma queda de 5,95%. No primeiro trimestre deste ano, a economia brasileira recuou 1,5%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do segundo trimestre será divulgado em 1º de setembro.
O boletim divulgado em todo início de semana, no começo de 2020 estimava um crescimento de 2,30% da economia do Brasil. Os profissionais do mercado, entretanto, não previam o forte impacto da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no País. Para o ano que vem, os especialistas permanecem com a estimativa de um crescimento de 3,50% no PIB pela 12ª semana consecutiva.
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Ademais, o relatório permanece com a estimativa de que a taxa básica de juros da economia (Selic) terminará o ano na casa dos 2% atuais. A taxa foi cortada em 0,25% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na última reunião, em 5 de agosto, trazendo-a para o menor nível na série histórica mais uma vez.
O comitê formado pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, além dos diretores colegiados da autoridade monetária do País buscam utilizar a política monetária para estimular a economia em meio aos fortes impactos da pandemia, além de poder conduzir a inflação para a meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Inflação, segundo o Boletim Focus
A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2020 foi elevada pelos especialistas. A inflação de 2020, segundo o Focus, será de 1,67%. Há quatro semanas, a estimativa era de 1,72%.
Dessa forma, a elevação dos preços continua inferior à meta fixada pelo CMN para este ano, de 4%. A meta tem uma tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo ir de 2,5% até 5,5%.
Em relação a 2021, os economistas ouvidos pela autoridade monetária do Brasil esperam uma inflação de 3%, assim como nas últimas nove semanas.
O IPCA é o indicador oficial da inflação no Brasil, divulgado pelo IBGE a cada mês. Há ainda o IPCA-15, a prévia mensal do indicador.
Confira, em detalhes, as expectativas do mercado para 2020 e 2021, expressas no Boletim Focus.
2020
- PIB: a estimativa é de uma retração da economia em 5,52%.
- IPCA: a projeção subiu para 1,67%. A meta central para 2020 é de 4%, com intervalo de tolerância entre 2,5% e 5,5%.
- Taxa Selic: a previsão permanece em 2%.
- Dólar: a previsão ficou em R$ 5,20.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit permaneceu em US$ 55 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: os economistas indicaram que será de US$ 51,25 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão caiu para -11,73%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -15%.
2021
- PIB: a projeção do crescimento da economia permaneceu em 3,50%.
- IPCA: a projeção ficou em 3%.
- Taxa Selic: a estimativa caiu para 2,75%.
- Dólar: os especialistas continuam com a projeção de R$ 5,00.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit caiu para US$ 52,75 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: a previsão manteve-se em R$ 65,96 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão caiu para -2,80%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -6,35%.
O Boletim Focus é elaborado semanalmente pela autoridade monetária central do País na base das previsões dos analistas das 100 principais instituições financeiras.