Os economistas entrevistados pelo Banco Central (BC) no Boletim Focus reduziram pela 11ª vez a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019. Assim, no boletim divulgado nesta segunda-feira (13), a expansão da economia brasileira para este ano está prevista em 1,45%.
De acordo com os analistas do mercado financeiro na última segunda-feira (6), o PIB brasileiro cresceria 1,49% em 2019. Dessa forma, essa é a 11ª semana seguida de redução do PIB no Boletim Focus. Isso porque no começo do ano era previsto um crescimento 2,6% para este ano.
Contudo, as previsões de crescimento para 2020 permaneceram estáveis, em 2,50%, mesmo crescimento para o PIB de 2021 e de 2022.
Boletim Focus: previsão de crescimento do PIB cai pela oitava vez seguida
Desse modo, esse novo corte nas previsões continua seguindo a tendência iniciada após a divulgação dos dados de 2018. No dia 1º de março, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o crescimento do PIB em 2018 foi de 1,1%. Desse forma, o resultado repetiu o fraco desempenho de 2017. Assim, essa expansão modesta acabou reduzindo as expectativas para este ano, também por causa do carregamento estatístico.
Saiba mais: Itaú e Bradesco reduzem projeção do PIB do 1º trimestre
Entretanto, as projeções para 2021 e 2022 continuaram inalteradas, com o PIB crescendo de 2,5%. Na semana passada, o BC revisou sua estimativa para o crescimento da economia em 2019, de 2% para 1,49%.
A redução foi indicada no Relatório de Inflação (RI), e acompanha o movimento das últimas semanas das principais consultorias e instituições financeiras do mercado.
Por sua vez, o Ministério da Economia também reduziu a projeção de crescimento da economia brasileira. De acordo com o ministério, o PIB em 2019 crescerá de apenas 2,2%, e não mais de 2,5%
Inflação em aumento
A previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2019 ficou estável em 4,04%.
Ou seja, o resultado continua abaixo da meta de inflação fixada para pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano, de 4,25%. A meta tem uma tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo ir de 2,75% até 5,75%.
Saiba mais: Goldman Sachs: indústria eleva risco de PIB negativo no 1º tri
Para 2020, a previsão do mercado financeiro para o IPCA continua em 4%. Um resultado alinhado com a meta fixada pelo BC, também de 4%.
O IPCA é o indicador oficial da inflação no Brasil, e é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mensalmente. Há ainda o IPCA-15, a prévia mensal do indicador.
Taxa de juros inalterada em 2019
De acordo com as previsões do Boletim Focus, a taxa de juros (Selic) será mantida pelo Banco Central em 6,5% em 2019 e de 7,5% em 2020.
Confira as previsões do mercado financeiro para os indicadores de 2019 e 2020:
2019
- Produto Interno Bruto (PIB): previsão de crescimento reduzida de 1,49% para 1,45%.
- Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA): a previsão continua em 4,04%. A meta central para 2019 será de 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%.
- Taxa Selic: mercado manteve a previsão em 6,5%.
- Dólar: a previsão confirmada em R$ 3,75.
- Balança Comercial: o mercado recuou levemente a previsão de superávit de US$ 50,39 bilhões para US$ 50 bilhões.
- Investimento estrangeiro direto: as expectativas subiu deUS$ 82 bilhões para US$ 83,29 bilhões.
2020
- PIB: projeção para o PIB confirmada em 2,50%.
- IPCA: mais uma vez, o mercado manteve a projeção em 4%. A meta central para 2020 será também de 4%, com intervalo de tolerância entre 2,5% e 5,5%.
- Taxa Selic: previsão confirmada em 7,5%.
- Dólar: investidores aumentaram a previsão de câmbio de R$ 3,75 para R$ 3,80.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit permaneceu em US$ 46 bilhões.
- Investimento estrangeiro direto: economistas aumentaram a projeção dos investimentos de US$ 85 bilhões para US$ 84,36 bilhões.
O Boletim Focus é elaborado semanalmente pelo Banco Central na base das previsões dos analistas de mais de 100 instituições financeiras.