Os especialistas do mercado financeiro, responsáveis pela elaboração do Boletim Focus, cortaram a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano pela 11ª semana consecutiva. Na divulgação desta segunda-feira (27), a estimativa é de recessão na economia brasileira com uma queda de 3,34%. Na semana passada a previsão era de -2,96%.
Na primeira divulgação de 2020, o Boletim Focus previa um crescimento de 2,30% na economia brasileira. Os impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) na economia, no entanto, serão maiores do que o esperado inicialmente. Para 2021, os principais analistas do mercado financeiro estimam que a economia irá crescer 3,40%.
A previsão da taxa básica de juros da economia (Selic) para 2020 se manteve em 3,0%. Há cerca de seis semanas, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu cortar a taxa de juros mais uma vez, deixando-a em 3,75%, no menor patamar de sua série histórica, deixando aberta a possibilidade de novos cortes.
A previsão da Selic para 2021 permaneceu em 4,50%. Há quase três meses, no entanto, a previsão dos economistas do Banco Central (BC) para a taxa no ano que vem era um pouco maior, de 4,50%
Inflação
A expectativa pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2020, de acordo com a divulgação do BC, foi cortada pela sétima semana consecutiva. Segundo os especialistas ouvidos pela autoridade monetária central do Brasil, a inflação de 2020 será de 2,0%. Na última semana, a estimativa era de 2,23%.
Sendo assim, o aumento dos preços permanece abaixo da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano, de 4%. A meta tem uma tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo ir de 2,5% até 5,5%.
Em relação a 2021, os economistas ouvidos pelo BC esperam uma inflação de 3,40%, a mesma previsão divulgada na semana passada, após cinco cortes consecutivos. Há cinco semanas, a estimativa era de um crescimento de 3,60%.
O IPCA é o indicador oficial da inflação no Brasil, e é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mensalmente. Há ainda o IPCA-15, a prévia mensal do indicador.
Confira, em detalhes, as expectativas do mercado para 2020 e 2021, expressas no Boletim Focus.
2020
- PIB: a estimativa é de uma retração da economia em 3,34%
- IPCA: a projeção caiu de 2,23% para 2,0%. A meta central para 2020 será de 4%, com intervalo de tolerância entre 2,5% e 5,5%.
- Taxa Selic: a previsão permaneceu 3,00%.
- Dólar: os investidores permaneceram com a previsão de R$ 4,80.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit subiu de US$ 36,10 bilhões para US$ 37,65 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: os economistas indicaram que será de US$ 72,00 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão passou de -5,00% para -6,20%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit piorou, passando de -10,0% para -11,10%.
2021
- PIB: a projeção do crescimento da economia caiu de 3,10% para 3,0%.
- IPCA: o mercado diminuiu a projeção para 3,30%.
- Taxa Selic: a previsão caiu para 4,25%.
- Dólar: os investidores aumentaram a previsão de R$ 4,50 para R$ 4,55.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit caiu de US$ 35,60 bilhões para US$ 35,50 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: a previsão manteve em US$ 80 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão passou de -1,50% para -1,60%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit piorou, passando de -5,20% para -5,40%.
O Boletim Focus é elaborado semanalmente pelo Banco Central na base das previsões dos analistas das 100 principais instituições financeiras.