Os especialistas do mercado financeiro, responsáveis pela elaboração do Boletim Focus, cortaram, na divulgação desta segunda-feira (4), a previsão da taxa básica de juros da economia (Selic) de 2020 para 2,75%. Na semana passada a previsão era de 3%.
Por sua vez, a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano foi reduzida pela 12ª semana consecutiva. A estimativa do Boletim Focus é de recessão na economia brasileira de 3,76%. Na semana passada a previsão era de -3,34%.
Na primeira divulgação de 2020, a previsão era de crescimento de 2,30% na economia brasileira. Os impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) na economia, no entanto, serão maiores do que o esperado inicialmente. Para 2021, os principais analistas do mercado financeiro estimam que a economia irá crescer 3,20%.
A previsão da taxa Selic para 2021, foi reduzida para 3,75%. Há cerca de sete semanas, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu cortar a taxa de juros mais uma vez, deixando-a em 3,75%, no menor patamar de sua série histórica, deixando aberta a possibilidade de novos cortes.
Inflação
A expectativa pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2020, de acordo com a divulgação do BC, foi cortada pela oitava semana consecutiva. Segundo os especialistas ouvidos pela autoridade monetária central do Brasil, a inflação de 2020 será de 1,97%. Na última semana, a estimativa era de 2,20%.
Sendo assim, o aumento dos preços permanece abaixo da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano, de 4%. A meta tem uma tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo ir de 2,5% até 5,5%.
Em relação a 2021, os economistas ouvidos pelo BC esperam uma inflação de 3,30%, a mesma previsão divulgada na semana passada, após seis cortes consecutivos. Há seis semanas, a estimativa era de 3,40%.
O IPCA é o indicador oficial da inflação no Brasil, e é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mensalmente. Há ainda o IPCA-15, a prévia mensal do indicador.
Confira, em detalhes, as expectativas do mercado para 2020 e 2021, expressas no Boletim Focus.
2020
- PIB: a estimativa é de uma retração da economia em 3,76%
- IPCA: a projeção caiu de 2,20% para 1,97%. A meta central para 2020 é de 4%, com intervalo de tolerância entre 2,5% e 5,5%.
- Taxa Selic: a previsão caiu para 2,75%.
- Dólar: os investidores aumentaram a previsão para R$ 5,00.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit subiu de US$ 37,65 bilhões para US$ 42,00 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: os economistas indicaram que será de US$ 70,00 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão passou de -6,20% para -7,20%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit piorou, passando de -11,10% para -11,30%.
2021
- PIB: a projeção do crescimento da economia caiu de 3,00% para 3,40%.
- IPCA: o mercado diminuiu a projeção para 3,25%.
- Taxa Selic: a previsão caiu para 3,75%.
- Dólar: os investidores aumentaram a previsão de R$ 4,55 para R$ 4,75.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit subiu de US$ 35,50 bilhões para US$ 42,00 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: a previsão manteve em US$ 80 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão passou de -1,60% para -1,90%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit piorou, passando de -5,40% para -5,70%.
O Boletim Focus é elaborado semanalmente pelo Banco Central na base das previsões dos analistas das 100 principais instituições financeiras.