O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (14), voltou a elevar a expectativa de piora para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. De acordo com a publicação do Banco Central (BC), os especialistas do mercado esperam que o PIB de 2020 seja de -4,41%. Na semana passada a previsão era de -4,40% e nas últimas quatro semanas, os especialistas do mercado esperavam uma queda de -4,66%.
Vale lembrar que, em função dos impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), em junho, os especialistas esperavam por uma contração de 6,28% na economia brasileira, algo sem precedentes na história.
No segundo trimestre deste ano, a economia foi contraída 9,7%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já o terceiro trimestre o PIB do Brasil cresceu 7,7%. Para o ano que vem, a previsão do BC é de um crescimento de 3,50%. Por mais de cinco meses consecutivos, essa estimativa foi de um avanço de 3,31%.
Boletim Focus eleva previsão da inflação pela 18ª semana
O Boletim Focus, no relatório divulgado nesta segunda-feira, elevou pela décima oitava semana a inflação deste ano, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), para 4,35%.
Quatro semanas atrás, a projeção dos analistas ouvidos pelo Banco Central era de um aumento nos preços na ordem de 3,25%, enquanto na semana passada, a estimativa estava em 4,21%. O Boletim Focus desta segunda-feira também marca a 22ª semana consecutiva de aumento na projeção para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), para 24,10%.
Na hipótese de que as estimativas se confirmem, a inflação deste ano ficará abaixo da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O alvo definido pela autoridade monetária é de uma inflação de 4%, com 1,5 ponto percentual de tolerância, ficando entre 2,5% e 5,5%. Essa meta, no entanto, já foi consideravelmente mais distante ao longo do ano.
De acordo com a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se em níveis compatíveis com o cumprimento da meta para inflação no horizonte relevante para a política monetária.
Para 2021, o órgão normativo monetário do País estipulou a meta de 3,75%, com variação entre 5,25% e 2,25%. O BC estima um aumento dos preços na ordem de 3,34% em 2021.
No que se refere à taxa básica de juros da economia (Selic), os especialistas do mercado esperam a permanência de 2% até o fim deste ano, patamar mais baixo da série histórica. Para o ano que vem, no entanto, a Selic deve subir para 2,75%, após consecutivas semanas com a estimativa de 2,50%.
Confira, em detalhes, as projeções mais importantes para 2020 e 2021:
2020
- PIB: a projeção é de uma retração da economia em 4,41%;
- IPCA: a projeção subiu para 4,35%, com uma meta central de 4%;
- Taxa Selic: a previsão fica em 2%;
- Dólar: a previsão subiu para R$ 5,20;
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit passou de US$ 58,00 bilhões para US$ 57,63 bilhões;
- Investimento Estrangeiro Direto: os economistas indicaram que será de US$ 41,30 bilhões;
- Déficit Primário: a previsão ficou em -11,50%;
- Resultado Nominal: a expectativa do déficit ficou em -15,20%.
2021
- PIB: a projeção do crescimento da economia manteve-se em 3,50%;
- IPCA: a projeção subiu para 3,34%;
- Taxa Selic: a estimativa foi para 3,00%;
- Dólar: os especialistas mantiveram a projeção para R$ 5,03;
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit subiu para US$ 56,50 bilhões;
- Investimento Estrangeiro Direto: a previsão ficou em R$ 60 bilhões;
- Déficit Primário: a previsão ficou em -2,90%;
- Resultado Nominal: a expectativa do déficit caiu para -7,00%.
O Boletim Focus é elaborado semanalmente pelo Banco Central. São utilizadas as projeções dos especialistas das 100 principais instituições ligadas ao mercado financeiro do Brasil.