Boletim Focus volta a projetar recuo do PIB menos acentuado
Os responsáveis pela elaboração do Boletim Focus diminuíram, mais uma vez, suas projeções para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020. A estimativa divulgada nesta segunda-feira (27) é de uma contração de 5,77% na economia brasileira, ante 5,95% na última segunda-feira (20).
Há quatro semanas, entretanto, o Boletim Focus estimava uma baixa de 6,54%. Essa é a quarta semana consecutiva de melhora nas estimativas. No primeiro trimestre deste ano, a economia do País caiu 1,5%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do segundo trimestre será divulgado em 1º de setembro.
O relatório divulgado pelo Banco Central (BC) semanalmente, no início do ano, projetava um crescimento de 2,30% da economia do Brasil. Os profissionais do mercado, todavia, não esperavam pelo forte impacto da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil. Para 2021, os economistas permanecem com a estimativa de um crescimento de 3,50% pela nona semana consecutiva.
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Além disso, o relatório permanece com a estimativa de que a taxa básica de juros da economia (Selic) terminará o ano na casa dos 2%, ainda 0,25% abaixo do atual patamar. A taxa foi cortada em 0,75% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na última reunião, em 17 de junho, trazendo-a para o menor nível na série histórica. A próxima reunião será no dia 4 de agosto.
Segundo o banco BNP Paribas, a Selic ainda pode cair para 1,5% neste ano. “Interpretamos a declaração de maio como uma indicação de que o BC preferiria uma convergência tardia da inflação à meta, em vez de visar [uma inflação] menor com a taxa Selic agora. Nossa percepção se mostrou errada”, disseram os analistas do banco.
A projeção da instituição financeira, no entanto, foi divulgada antes da última reunião da autoridade monetária brasileira. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou, no fim de junho, que um “eventual ajuste” na Selic “será residual”.
IPCA, segundo o Boletim Focus
A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano foi reduzida pelos especialistas. A inflação de 2020, segundo o Focus, será de 1,67%. Há cerca de um mês, a estimativa era de 1,63%.
Com isso, a elevação dos preços continua inferior à meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano, de 4%. A meta tem uma tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo ir de 2,5% até 5,5%.
Em relação ao ano que vem, os economistas ouvidos pela autoridade monetária do Brasil esperam uma inflação de 3%, assim como nas últimas cinco semanas.
O IPCA é o indicador oficial da inflação no Brasil, divulgado pelo IBGE a cada mês. Há ainda o IPCA-15, a prévia mensal do indicador.
Confira, em detalhes, as expectativas do mercado para 2020 e 2021, expressas no Boletim Focus.
2020
- PIB: a estimativa é de uma retração da economia em 5,77%
- IPCA: a projeção caiu para 1,67%. A meta central para 2020 é de 4%, com intervalo de tolerância entre 2,5% e 5,5%.
- Taxa Selic: a previsão permanece em 2%.
- Dólar: a previsão ficou em R$ 5,20.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit caiu para US$ 55 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: os economistas indicaram que será de US$ 53,95 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão caiu para -11,50%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -15,60%.
2021
- PIB: a projeção do crescimento da economia permaneceu em 3,50%.
- IPCA: a projeção ficou em 3%.
- Taxa Selic: a estimativa permaneceu em 3%.
- Dólar: os especialistas reduziram a projeção para R$ 5,00.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit caiu para US$ 53,35 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: a previsão permaneceu em R$ 64,10 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão caiu para -2,96%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit caiu para -6,50%.
O Boletim Focus é elaborado semanalmente pela autoridade monetária central do País na base das previsões dos analistas das 100 principais instituições financeiras.