Os responsáveis pela elaboração do Boletim Focus diminuíram, novamente, suas previsões para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A estimativa divulgada nesta segunda-feira (20) é de uma retração de 5,95%, ante 6,10% na última semana.
Há sete semanas, todavia, o Boletim Focus previa uma queda de 6,54%. Essa é a terceira semana consecutiva de melhora nas previsões. No primeiro trimestre de 2020, a economia brasileira caiu 1,5%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do segundo trimestre será divulgado em 1º de setembro.
O relatório divulgado pelo Banco Central (BC) semanalmente, no início do ano, previa um crescimento de 2,30% da economia do Brasil. Os especialistas, entretanto, não esperavam pelos drasticos efeitos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Para o ano que vem, os economistas permanecem com a estimativa de um crescimento de 3,50% pela oitava semana consecutiva.
No Suno One você aprende a fazer seu dinheiro trabalhar para você. Cadastre-se gratuitamente agora!
Ademais, o relatório permanece com a estimativa de que a taxa básica de juros da economia (Selic) terminará o ano na casa dos 2%, ainda 0,25% abaixo do atual patamar. A taxa foi cortada em 0,75% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na última reunião, em 17 de junho, trazendo-a para o menor nível na série histórica. A próxima reunião será no dia 4 de agosto.
O presidente da autoridade monetária central, Roberto Campos Neto afirmou, no fim de junho, durante uma reunião com representantes de instituições de comércios e serviços que um “eventual ajuste” na Selic “será residual”.
Inflação, segundo o Boletim Focus
A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano foi mantida pelos especialistas. A inflação de 2020, segundo o Focus, será de 1,72%. Há cerca de um mês, a estimativa era de 1,61%.
Com isso, a elevação dos preços continua inferior à meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano, de 4%. A meta tem uma tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo ir de 2,5% até 5,5%.
Em relação a 2021, os economistas ouvidos pela autoridade monetária do Brasil esperam uma inflação de 3%, assim como nas últimas semanas.
O IPCA é o indicador oficial da inflação no Brasil, divulgado pelo IBGE a cada mês. Há ainda o IPCA-15, a prévia mensal do indicador.
Confira, em detalhes, as expectativas do mercado para 2020 e 2021, expressas no Boletim Focus.
2020
- PIB: a estimativa é de uma retração da economia em 5,95%
- IPCA: a projeção permaneceu em 1,72%. A meta central para 2020 é de 4%, com intervalo de tolerância entre 2,5% e 5,5%.
- Taxa Selic: a previsão permanece em 2%.
- Dólar: a previsão ficou em R$ 5,20.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit subiu para US$ 55,15 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: os economistas indicaram que será de US$ 53,95 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão permaneceu em -11,65%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -15,25%.
2021
- PIB: a projeção do crescimento da economia permaneceu em 3,50%.
- IPCA: a projeção ficou em 3%.
- Taxa Selic: a estimativa permaneceu em 3%.
- Dólar: os especialistas reduziram a projeção para R$ 5,00.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit permaneceu em US$ 53,40 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: a previsão caiu para R$ 64,10 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão permaneceu em -3%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit caiu para -6,55%.
O Boletim Focus é elaborado semanalmente pela autoridade monetária central do País na base das previsões dos analistas das 100 principais instituições financeiras.