Boletim Focus: previsão do PIB cai pela primeira vez abaixo de 1,5%
Os economistas entrevistados pelo Banco Central (BC) para o Boletim Focus reduziram mais uma vez a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019. Pela primeira vez, no Boletim divulgado nesta segunda-feira (6), a expansão da economia brasileira está prevista abaixo de 1,5%.
Segundo os analistas do mercado financeiro, o PIB brasileiro crescerá de apenas 1,49% em 2019. Essa é a décima semana seguida de redução do PIB no Boletim Focus. No começo do ano era previsto um crescimento 2,6% para este ano.
As previsões de crescimento para 2020 permaneceram estáveis, em 2,50%, mesmo crescimento para o PIB de 2021 e de 2022.
Boletim Focus: previsão de crescimento do PIB cai pela oitava vez seguida
Esse novo corte nas previsões continua seguindo a tendência iniciada após a divulgação dos dados de 2018. No dia 1º de março, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o crescimento do PIB em 2018 foi de 1,1%. Um resultado que repetiu o fraco desempenho de 2017. Essa expansão modesta acabou reduzindo as expectativas para este ano, também por causa do carregamento estatístico.
Saiba mais: Itaú e Bradesco reduzem projeção do PIB do 1º trimestre
As projeções para 2021 e 2022 continuaram inalteradas, com o PIB crescendo de 2,5%.
Na semana passada, o BC revisou sua estimativa para o crescimento da economia em 2019, de 2,4% para 2%. A redução foi indicada no Relatório de Inflação (RI), e acompanha o movimento das últimas semanas das principais consultorias e instituições financeiras do mercado.
Por sua vez, o Ministério da Economia também reduziu a projeção de crescimento da economia brasileira. Segundo o ministério, o PIB em 2019 crescerá de apenas 2,2%, e não mais de 2,5%
Inflação em aumento
A previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2019 subiu de 4,01% para 4,04%.
mesmo com esse aumento, esse resultado continua abaixo da meta de inflação fixada para pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano, de 4,25%. A meta tem uma tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo ir de 2,75% até 5,75%.
Saiba mais: Goldman Sachs: indústria eleva risco de PIB negativo no 1º tri
Para 2020, a previsão do mercado financeiro para o IPCA continua em 4%. Um resultado alinhado com a meta fixada pelo BC, também de 4%.
O IPCA é o indicador oficial da inflação no Brasil, e é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mensalmente. Há ainda o IPCA-15, a prévia mensal do indicador.
Taxa de juros inalterada em 2019
Segundo as previsões do Boletim Focus, a taxa de juros (Selic) será mantida pelo Banco Central em 6,5% em 2019 e de 7,5% em 2020.
Confira as previsões do mercado financeiro para os indicadores de 2019 e 2020:
2019
- Produto Interno Bruto (PIB): previsão de crescimento reduzida de 1,71% para 1,49%.
- Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA): a previsão passou de 4,01% para 4,04%. A meta central para 2019 será de 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%.
- Taxa Selic: mercado manteve a previsão em 6,5%.
- Dólar: a previsão confirmada em R$ 3,75.
- Balança Comercial: o mercado aumentou levemente a previsão de superávit de US$ 50 bilhões pra US$ 50,39 bilhões.
- Investimento estrangeiro direto: as expectativas permaneceram em US$ 82 bilhões.
2020
- PIB: projeção para o PIB confirmada em 2,50%.
- IPCA: mais uma vez, o mercado manteve a projeção em 4%. A meta central para 2020 será também de 4%, com intervalo de tolerância entre 2,5% e 5,5%.
- Taxa Selic: previsão confirmada em 7,5%.
- Dólar: investidores aumentaram a previsão de câmbio de R$ 3,75 para R$ 3,80.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit permaneceu em US$ 46 bilhões.
- Investimento estrangeiro direto: economistas aumentaram a projeção dos investimentos de US$ 84,48 bilhões para US$ 85 bilhões.
O Boletim Focus é elaborado semanalmente pelo Banco Central na base das previsões dos analistas de mais de 100 instituições financeiras.