Boletim Focus volta a subir expectativa pela inflação de 2020
Os responsáveis pela elaboração do Boletim Focus voltaram a subir suas estimativas para a inflação deste ano. A nova projeção, divulgada nesta segunda-feira (29), é de um aumento nos preços na ordem de 1,63%, ante 1,61% da última semana.
Essa é a terceira semana consecutiva em que o Boletim Focus eleva as expectativas pela inflação de 2020. Há quatro semanas, os especialistas esperavam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fosse de 1,55% ao final deste ano.
Dessa forma, a elevação dos preços continua inferior à meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano, de 4%. A meta tem uma tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo ir de 2,5% até 5,5%. Em relação a 2021, os economistas ouvidos pelo BC esperam uma inflação de 3%. Há quatro semanas, a estimativa era de 3,10%.
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O IPCA é o indicador oficial da inflação no Brasil, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a cada mês. Há ainda o IPCA-15, a prévia mensal do indicador.
PIB, de acordo com o Boletim Focus
De acordo com o relatório divulgado pelo Banco Central (BC), o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 será 6,54% menor em relação a 2019. Os especialistas voltaram a derrubar a estimativa pela economia brasileira após terem diminuído a queda esperada na última semana, quando ficou em -6,50%.
No início do ano, o Boletim Focus previa um crescimento de 2,30% da economia brasileira. Os economistas, entretanto, não esperavam os impactos gerados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Para o ano que vem, os especialistas permanecem com a estimativa de um crescimento de 3,50%.
No primeiro trimestre de 2020, a economia brasileira recuou 1,5%, segundo o IBGE. A divulgação oficial do resultado do segundo trimestre será realizada em 1º de setembro.
Além disso, o relatório divulgado pelo BC espera que a taxa básica de juros da economia (Selic) termine o ano na casa dos 2%, abaixo do atual patamar, de 2,25%. A taxa foi cortada em 0,75% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) há cerca de duas semanas, trazendo-a para o menor nível na série histórica.
Todavia, agentes do mercado acreditam que a taxa de juros do País poderá cair até 1,5%, como o BNP Paribas. Em sua ata, o Copom demonstrou uma menor preocupação com o “effective lower bound” do Brasil. Dessa forma, haveria espaço para novos cortes na Selic, em função das previsões de inflação baixas.
Confira, em detalhes, as expectativas do mercado para 2020 e 2021, expressas no Boletim Focus.
2020
- PIB: a estimativa é de uma retração da economia em 6,54%
- IPCA: a projeção subiu de 1,61% para 1,63%. A meta central para 2020 é de 4%, com intervalo de tolerância entre 2,5% e 5,5%.
- Taxa Selic: a previsão caiu para 2%.
- Dólar: a previsão permaneceu em R$ 5,20.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit subiu para US$ 53 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: os economistas indicaram que será de US$ 57,5 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão permaneceu em -10,20%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -14,85%.
2021
- PIB: a projeção do crescimento da economia permaneceu em 3,50%.
- IPCA: a projeção ficou em 3%.
- Taxa Selic: a estimativa ficou em 3%.
- Dólar: os investidores permaneceram com a estimativa de R$ 5.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit permaneceu em US$ 55 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: a previsão caiu para R$ 72,5 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão caiu para -2,32%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -6,50%.
O Boletim Focus é elaborado semanalmente pela autoridade monetária central do País na base das previsões dos analistas das 100 principais instituições financeiras.