Os responsáveis pela elaboração do Boletim Focus voltaram a subir suas expectativas pela inflação deste ano, nesta segunda-feira (15). Após 13 semanas consecutivas de quedas, a estimativa pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi elevada para 1,60% ao final de 2020.
Na semana passada, a expectativa do Boletim Focus pela inflação era de 1,53%. Em relação ao ano que vem, os economistas ouvidos pelo BC esperam uma inflação de 3,10%. Há quatro semanas, a estimativa era de 3,30%.
Dessa forma, a elevação dos preços continua inferior à meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2020, de 4%. A meta tem uma tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo ir de 2,5% até 5,5%.
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O IPCA é o indicador oficial da inflação no Brasil, e é divulgado pelo IBG mensalmente. Há ainda o IPCA-15, a prévia mensal do indicador.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o relatório divulgado pelo Banco Central (BC) prevê uma queda de 6,51%, ante um recuo de 6,48% previsto na última semana. Essa é a 18ª consecutiva que o BC amplia a previsão de queda da economia brasileira.
No dia 29 de maio, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a queda de 1,5% do PIB referente ao primeiro trimestre deste ano.
Esse período foi parcialmente influenciado pela pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), uma vez que as medidas de isolamento social começaram a ser implementadas em meados de março. A divulgação do resultado do segundo trimestre será realizada em 1º de setembro.
No início do ano, o Boletim Focus previa um crescimento de 2,30% da economia brasileira. O mercado, no entanto, não esperava pela magnitude dos impactos econômicos gerados pela pandemia. Para 2021, os especialistas permanecem com a estimativa de um crescimento de 3,50%.
Taxa Selic, segundo o Boletim Focus
Além disso, o relatório divulgado pelo Banco Central (BC) permanece com a estimativa de que a taxa básica de juros da economia (Selic) terminará o ano na casa dos 2,25%.
Há pouco mais de um mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a taxa de juros mais uma vez, deixando-a em 3% ao ano. Esse é o menor patamar em sua série histórica. A autarquia, ainda, por meio de sua ata da reunião, informou que poderá realizar mais um corte de 0,75%.
Confira, em detalhes, as expectativas do mercado para 2020 e 2021, expressas no Boletim Focus.
2020
- PIB: a estimativa é de uma retração da economia em 6,51%
- IPCA: a projeção subiu de 1,53% para 1,60%. A meta central para 2020 é de 4%, com intervalo de tolerância entre 2,5% e 5,5%.
- Taxa Selic: a previsão permanece em 2,25%.
- Dólar: a previsão caiu para R$ 5,20.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit subiu para US$ 52,50 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: os economistas indicaram que será de US$ 60 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão permaneceu em -9,96%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -14,30%.
2021
- PIB: a projeção do crescimento da economia permaneceu em 3,50%.
- IPCA: a projeção caiu para 3,00%.
- Taxa Selic: a estimativa subiu para em 3,00%.
- Dólar: os investidores aumentaram a previsão de R$ 5,08 para R$ 5,00.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit subiu para US$ 55 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: a previsão permaneceu em R$ 75 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão ficou em -2,23%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit caiu para -6,20%.
O Boletim Focus é elaborado semanalmente pela autoridade monetária central do País na base das previsões dos analistas das 100 principais instituições financeiras.