A divulgação do boletim Focus, que costuma ocorrer sempre às segundas-feiras, foi adiada esta semana em função da mobilização de servidores do Banco Central (BC), informou a instituição. A previsão é de que os indicadores sejam divulgados apenas nesta terça-feira (30), no horário tradicional, às 8h30.
O Focus é uma pesquisa que traz as projeções de agentes do mercado financeiro para inflação, crescimento da economia, juros e câmbio.
Outros dados também tiveram divulgação adiada, como as notas econômico-financeiras mensais, incluindo estatísticas do setor externo, monetárias, de crédito e estatísticas fiscais, que foram remarcadas para liberação em 5, 6 e 7 de fevereiro, respectivamente, sempre às 8h30.
No dia 11 de janeiro, os servidores do BC realizaram uma paralisação de 24 horas e mantêm uma operação padrão desde então. Uma manifestação e nova paralisação estão marcadas para 8 de fevereiro, de acordo com agenda de mobilização divulgada pelo Sindicato Nacional de Funcionários do Banco Central (Sinal).
Reivindicações
Os trabalhadores reivindicam melhorias na carreira, como a equiparação com outras categorias semelhantes. Entre outros pontos, as reivindicações incluem reajuste nas tabelas remuneratórias, retribuição por produtividade, exigência de nível superior para o cargo de técnico e mudança no cargo de analista para auditor, entre outras.
Uma outra pauta é a recomposição do quadro de servidores. O Banco Central não realiza concurso há mais de dez anos e encontra-se com 44% dos 6.470 postos de trabalho vagos. Neste mês, foi autorizada a realização de uma nova seleção, com 100 vagas.
A pauta de reivindicações se arrasta há anos. Em 2022, por exemplo, paralisações de servidores do Banco Central também provocaram atraso na divulgação de diversos indicadores da economia brasileira, como o ocorrido com o Boletim Focus nesta segunda-feira.
Previsão para inflação cai pela 2ª semana seguida, segundo último Boletim Focus
No último Boletim Focus, divulgado na segunda-feira passada (22), o mercado financeiro manteve a projeção para a taxa básica de juros, a taxa Selic, ao final de 2024, e diminuiu a previsão para a inflação oficial, o IPCA, pela segunda semana seguida.
A estimativa para a taxa de juros, a Selic, segue em 9,00% ao final deste ano.
De acordo com a pesquisa, para 2025, o mercado espera que a taxa de juros termine em 8,50%, mesma projeção da semana anterior. Para 2026, a expectativa é de que a Selic também chegue a 8,50%.
Paralelamente, ainda conforme o Focus desta semana, o mercado espera que o IPCA, principal indicador de inflação, termine 2024 em 3,86%, abaixo da projeção da semana passada (3,87%) e das últimas quatro semanas (3,91%).
Além disso, o mercado financeiro elevou as suas estimativas do PIB deste ano, para 1,60%, ante 1,59% na semana anterior.
Ainda de acordo com o último Boletim Focus, no caso do dólar, o mercado financeiro diminuiu a previsão para R$ 4,92 em 2024, ante R$ 4,95 na semana anterior e de R$ 5,00 nas últimas quatro semanas.
*Com informações de Agência Brasil