O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (26), voltou a elevar a expectativa pela inflação deste ano, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). De acordo com a publicação do Banco Central (BC), os especialistas do mercado esperam que a inflação de 2020 seja de 2,99%. Essa é a 11ª semana consecutiva de aumento nas expectativas.
Quatro semanas atrás, a projeção dos analistas ouvidos pelo Banco Central era de um aumento nos preços na ordem de 2,05%, enquanto na semana passada, a estimativa estava em 2,65%. O Boletim Focus desta segunda-feira também marca a 15ª semana consecutiva de aumento na projeção para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), para 19,72%.
Na hipótese de que as estimativas se confirmem, a inflação deste ano ficará abaixo da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O alvo definido pela autoridade monetária é de uma inflação de 4%, com 1,5 ponto percentual de tolerância, ficando entre 2,5% e 5,5%. Essa meta, no entanto, já foi consideravelmente mais distante ao longo do ano.
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De acordo com a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a inflação deste ano no cenário híbrido está em 2,1%. Para 2021, o órgão normativo monetário do País estipulou a meta de 3,75%, com variação entre 5,25% e 2,25%. O BC estima um aumento dos preços na ordem de 3,10% em 2021.
Boletim Focus reduz estimativa de queda do PIB
O Boletim Focus, no relatório divulgado nesta segunda-fera, também voltou a diminuir a expectativa pela queda do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, para -4,81%. Na última semana, os especialistas do mercado esperavam uma queda de 5%.
Vale lembrar que, em função dos impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), em junho, os especialistas esperavam por uma contração de 6,28% na economia brasileira, algo sem precendetes na história.
No segundo trimestre deste ano, a economia foi contraída 9,7%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A divulgação do resultado auferido entre julho e setembro ocorrerá no dia 3 de dezembro. Para o ano que vem, a previsão do BC é de um crescimento de 3,42%. Por mais de cinco meses consecutivos, essa estimativa foi de um avanço de 3,50%.
No que se refere à taxa básica de juros da economia (Selic), os especialistas do mercado esperam a permanência de 2% até o fim deste ano, patamar mais baixo da série histórica. Para o ano que vem, no entanto, a Selic deve subir para 2,75%, após consecutivas semanas com a estimativa por 2,50%.
Confira, em detalhes, as projeções mais importantes para 2020 e 2021:
2020
- PIB: a projeção é de uma retração da economia em 4,81%;
- IPCA: a projeção subiu para 2,99%, com uma meta central de 4%;
- Taxa Selic: a previsão fica em 2%;
- Dólar: a previsão subiu para R$ 5,40;
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit passou de US$ 57,56 bilhões para US$ 58 bilhões;
- Investimento Estrangeiro Direto: os economistas indicaram que será de US$ 50 bilhões;
- Déficit Primário: a previsão ficou em -12%;
- Resultado Nominal: a expectativa do déficit ficou em -15,80%.
2021
- PIB: a projeção do crescimento da economia passou de 3,47% para 3,42%;
- IPCA: a projeção subiu para 3,10%;
- Taxa Selic: a estimativa foi para 2,75%;
- Dólar: os especialistas elevaram a projeção para R$ 5,20;
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit subiu para US$ 55 bilhões;
- Investimento Estrangeiro Direto: a previsão ficou em R$ 65 bilhões;
- Déficit Primário: a previsão ficou em -3,10%;
- Resultado Nominal: a expectativa do déficit caiu para -6,87%.
O Boletim Focus é elaborado semanalmente pelo Banco Central. São utilizadas as projeções dos especialistas das 100 principais instituições ligadas ao mercado financeiro do Brasil.