Boletim Focus amplia previsão de queda do PIB para 5,89%
Os especialistas do mercado financeiro, responsáveis pela elaboração do Boletim Focus, cortaram nesta segunda-feira (25), novamente, suas previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Para eles, a economia do Brasil irá cair 5,89% em 2020, ante a previsão de -5,12% na semana passada.
Essa é a 15ª semana seguida de queda da expectiva pelo indicador econômico. Na primeira divulgação deste ano, a previsão era de um avanço de 2,30% na economia. O mercado, entretanto, não esperava pelos impactos econômicos oriundos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Para 2021, os especialistas estimam que a economia irá crescer 3,20%.
O mercado está no aguardo do resultado oficial do PIB referente ao primeiro trimestre deste ano, que será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na próxima sexta-feira (29).
Ademais, o relatório divulgado pelo Banco Central (BC) estima que a taxa básica de juros da economia (Selic) terminará o ano na casa dos 2,25%, a mesma estimativa da semana passada.
Há cerca de três semanas, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a taxa de juros mais uma vez, deixando-a em 3% ao ano. Esse é o menor patamar em sua série histórica.
Além disso, segundo a ata referente à última reunião do Copom, mais um corte de 0,75 ponto percentual poderá ser realizado.
IPCA, para o Boletim Focus
A expectativa pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano foi cortada pela 11ª semana consecutiva. A inflação de 2020, segundo os especialistas, será de 1,57%. Na última semana, a estimativa era de 1,59%.
Dessa forma, o aumento dos preços permanece abaixo da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2020, de 4%. A meta tem uma tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo ir de 2,5% até 5,5%.
Em relação ao ano que vem, os economistas ouvidos pelo BC esperam uma inflação de 3,14%. Há seis semanas, a estimativa era de 3,50%.
O IPCA é o indicador oficial da inflação no Brasil, e é divulgado pelo IBG mensalmente. Há ainda o IPCA-15, a prévia mensal do indicador.
Confira, em detalhes, as expectativas do mercado para 2020 e 2021, expressas no Boletim Focus.
2020
- PIB: a estimativa é de uma retração da economia em 5,89%
- IPCA: a projeção caiu de 1,59% para 1,57%. A meta central para 2020 é de 4%, com intervalo de tolerância entre 2,5% e 5,5%.
- Taxa Selic: a previsão permanece em 2,25%.
- Dólar: a previsão subiu para R$ 5,40.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit subiu de US$ 43,35 bilhões para US$ 45,50 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: os economistas indicaram que será de US$ 65 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão passou de -7,80% para -8%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit permaneceu em -12%.
2021
- PIB: a projeção do crescimento da economia subiu para 3,50%.
- IPCA: a projeção caiu para 3,14%.
- Taxa Selic: a estimativa caiu para em 3,29%.
- Dólar: os investidores aumentaram a previsão de R$ 5 para R$ 5,03.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit subiu de US$ 42,80 bilhões para US$ 45 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: a previsão permaneceu em R$ 76 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão passou de -2,01% para -2,06%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit permaneceu em -6%.
O Boletim Focus é elaborado semanalmente pela autoridade monetária central do País na base das previsões dos analistas das 100 principais instituições financeiras.