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Boletim Focus com Selic e IPCA é adiado mais uma vez para quinta-feira em meio à greve do BC

Banco Central BOLETIM FOCUS

Banco Central - Foto: iStock

O Boletim Focus está com uma previsão ainda mais tardia para esta semana. Em meio à um clima de tensão com reinvindicações dos funcionários, o Banco Central precisou ampliar o atraso para a divulgação do Relatório de Mercado desta semana.

A publicação do BC, publicada regularmente às segundas-feiras, já havia sido adiada para a terça-feira (20) e agora irá ao ar apenas na quinta-feira (22), no horário normal de 8h30 (de Brasília).

No dia 9 de fevereiro, os funcionários do Banco Central rejeitaram a contraproposta do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, na Mesa Específica de Negociação da categoria. O governo ofereceu um reajuste salarial de 13%, parcelado para 2025 e 2026.

A proposta não contemplou outras reivindicações dos servidores, como a criação de um bônus de produtividade, a exigência de nível superior para o cargo de Técnico, a mudança do nome do cargo de Analista para Auditor.

Greve dos funcionários no Banco Central atrasa entrega do Boletim Focus

Além de intensificar a entrega de cargos comissionados, os sindicatos dos funcionários do BC anunciaram que vão parar completamente por 48 horas, entre a terça e a quarta-feira, 21.

No mesmo dia 9 de fevereiro, o Banco Central afirmou em nota que reconhece o mérito das reivindicações e o direito dos servidores de promoverem manifestações organizadas.

O órgão garantiu que “o movimento não tem afetado o funcionamento dos sistemas críticos para a população, os mercados e as operações das instituições reguladas”.

Reinvindicações dos servidores do BC

Desde dezembro, os servidores do BC aprovaram o “estado de greve geral” no órgão e realizaram uma paralisação de 24h no dia 11 de janeiro. Desde então, é mantida uma operação-padrão.

Segundo o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), o movimento teve adesão de mais de 70% da categoria.

Embora o governo tenha autorizado a realização do primeiro concurso para o Banco Central desde 2013, com 100 vagas, os servidores desejam uma reestruturação da carreira. Atualmente, 44% dos 6.470 postos de trabalho estão vagos.

Os funcionários da autoridade monetária pedem a exigência de ensino superior para o cargo de técnico na autarquia e a alteração de nomenclatura do cargo de analista para auditor, reajuste nas tabelas remuneratórias e retribuição por produtividade.

De acordo com o Sinal, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) sinalizou que uma nova proposta do governo será apresentada na terceira rodada da Mesa Específica de Negociação com a categoria, marcada para o dia 8 de fevereiro.

A pauta de reivindicações se arrasta há anos. Em 2022, por exemplo, paralisações de servidores do Banco Central também provocaram atraso na divulgação de diversos indicadores da economia brasileira, como o ocorrido com o Boletim Focus nesta segunda-feira (5).

Com informações de Estadão Conteúdo.

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