Os economistas entrevistados pelo Banco Central (BC) no Boletim Focus reduziram a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019. Essa é a primeira redução após aumento regressivo de três semanas consecutivas. Segundo o Boletim divulgado nesta segunda-feira (12), a economia brasileira deverá crescer apenas 0,81% esse ano.
A previsão do Boletim Focus da última segunda-feira (5) indicava um crescimento do PIB de 0,82% em 2019. No começo do ano, os analistas indicavam um crescimento 2,6% para este ano.
A previsão de crescimento para 2020 permaneceu estável em 2,10%. As previsões estão próximas à projeção oficial do Banco Central e também do ministério da Economia.
Para 2021 e 2022 as previsões do Produto Interno Bruto foram mantidas em 2,50%.
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Esse novo corte nas previsões continua seguindo a tendência iniciada após a divulgação dos dados de 2018. No dia 1º de março, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o crescimento do PIB em 2018 foi de 1,1%. Desse forma, o resultado repetiu o baixo desempenho de 2017.
Além disso, no dia 30 de maio, o IBGE divulgou que o PIB brasileiro sofreu uma retração de 0,2% no primeiro trimestre deste ano. Dessa forma, a expansão modesta acabou reduzindo as expectativas para este ano por causa do carregamento estatístico.
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Inflação reduzida
A previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi reduzido para 3,76%.
O resultado continua abaixo da meta de inflação fixada para pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano, de 4,25%. A meta tem uma tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo ir de 2,75% até 5,75%.
Para 2020, a previsão do mercado financeiro para o IPCA foi mantida em 3,90% em relação a última segunda-feira. Um resultado pouco abaixo da meta fixada pelo BC, também de 4%.
O IPCA é o indicador oficial da inflação no Brasil, e é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mensalmente. Há ainda o IPCA-15, a prévia mensal do indicador.
Taxa de juros em 2019
Os analistas indicaram no Boletim Focus que a taxa de juros (Selic) será reduzida pelo Banco Central para 5,00% em 2019. Atualmente, a taxa básica de juros do Brasil está em 6%. Para 2020, os analistas mantiveram a taxa de 6% ao ano para 5,50% ao ano.
Confira as previsões do mercado financeiro para os indicadores de 2019 e 2020:
2019
- Produto Interno Bruto (PIB): previsão de crescimento reduzida em 0,81%.
- Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA): a previsão agora é de 3,76%. A meta central para 2019 será de 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%.
- Taxa Selic: mercado diminuiu a previsão em 5,00%.
- Dólar: a previsão foi mantida em R$ 3,75.
- Balança Comercial: o mercado reduziu a previsão de superávit de US$ 52,60 bilhões para US$ 52 bilhões.
- Investimento estrangeiro direto: as expectativas seguiram estabilizadas em US$ 85 bilhões.
2020
- PIB: projeção para o PIB foi mantida em 2,10%.
- IPCA: o mercado manteve a projeção em 3,90% nesta semana. A meta central para 2020 será de 4%, com intervalo de tolerância entre 2,5% e 5,5%.
- Taxa Selic: previsão se manteve em 5,50%.
- Dólar: investidores mantiveram a previsão de câmbio em R$ 3,80.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit teve aumento de US$ 46,43 bilhões para US$ 47,60 bilhões.
- Investimento estrangeiro direto: economistas mudaram a projeção dos investimentos de US$ 85,56 bilhões para US$ 85,28 bilhões.
O Boletim Focus é elaborado semanalmente pelo Banco Central na base das previsões dos analistas de mais de 100 instituições financeiras.