Analistas do banco norte-americano Bank of America indicaram nesta segunda-feira (24) que apesar da complicada situação fiscal, os preços das ações no Brasil podem ser favoráveis para investidores.
De acordo com um relatório realizado pelo banco, a situação fiscal do Brasil é considerada como um entrave para a valorização da bolsa de valores de São Paulo (B3). Isso se deve ao fato do país ter a terceira pior configuração em termos econômicos entre os grandes emergentes. Entretanto, as ações brasileiras podem estar melhor posicionadas para uma maior valorização, quando comparadas às concorrentes.
“Apesar da deterioração da situação fiscal, acreditamos que o Brasil está bem posicionado para superar o resto dos mercados emergentes, dado o foco menor em ações de crescimento, valuations não muito esticados, desempenho inferior no ano e crescimento de lucro por ação (EPS). De acordo com as estimativas de consenso, espera-se que a recuperação do EPS no Brasil seja mais íngreme em comparação com a maioria de suas contrapartes dos grandes mercados emergentes”, informaram os analistas.
O Bank of America indicou que a expectativa de consenso no mercado é que o crescimento do lucro por ação para 2021, em relação à 2019, nos países emergentes seja:
- Brasil- 13%;
- China- 11%;
- Índia- 10%;
- Taiwan- 21%;
- Coreia do Sul- 40%;
“O crescimento do EPS pode ser o próximo foco a apoiar o desempenho relativo do Brasil no futuro, agora que a parte impulsionada pela liquidez e pelo clima de rali no mercado ficou parcialmente para trás”, disse a instituição financeira.
Os analistas também disseram: “Em nossa opinião, o Brasil pode justificar a negociação com um prêmio em relação à sua média histórica, uma vez que as taxas de juros devem permanecer significativamente mais baixas do que nunca, mesmo depois que a política monetária relacionada ao novo coronavírus perder força”.
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Além disso, o real mais fraco e uma concentração maior da bolsa nos setores financeiro e de energia atrapalharam, segundo os analistas do BofA, o desempenho das ações do Brasil no acumulado do ano, principalmente em moeda estrangeira.