A Boeing determinou na última quarta (13) a suspensão temporária das operações globais do modelo 737 Max 8, o mesmo que caiu na Etiópia no último domingo (10). A fabricante disse ter “plena confiança” na segurança dessas aeronaves, que são 371 em todo o mundo.
A Boeing disse que chegou à decisão após consultar as autoridades de aviação dos Estados Unidos. Mais cedo, o próprio presidente Donald Trump havia determinado a suspensão dos voos do 737 Max 8, a despeito da manutenção das operações por parte da agência federal de aviação americana. A ação presidencial foi feita após o ministro dos Transportes canadense ter anunciado que o sistema de satélites do país detectou semelhanças na queda do avião na Etiópia e no desastre ocorrido em outubro, na Indonésia, em que o 737 Max também estava envolvido.
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Desde o domingo, quando China e Indonésia anunciaram que nenhum avião desse modelo poderia decolar em seus países, dezenas de outros seguiram na mesma direção. No Brasil, a Gol suspendeu seu uso no dia seguinte, antes mesmo de a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determinar a proibição.
Única companhia brasileira a operar o 737 Max 8, a Gol sofreu perdas na Bolsa de Valores após o acidente. Além de possuir aeronaves do modelo, pesou contra a empresa o fato de já ter encomendado outros 133 aviões do mesmo tipo com a Boeing. A entrega se daria nos próximos anos.
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A Boeing informou na terça (12) que vai fazer mudanças no sistema de software de pilotagem do 737 Max. Segundo investigações, uma falha no sistema da aeronave pode ter provocado a queda de ambos os aviões, na Etiópia e na Indonésia. Enquanto não se chega a uma conclusão, as companhias aéreas de todo o mundo decidiram suspender as operações com esse modelo.
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Em resposta, a fabricante americana antecipou a adequação do software para antes de abril. O programa inclui “atualizações à lei de controle de voos, às telas do piloto, os manuais operacionais e o treino da tripulação sobre o Sistema de Aumento de Caraterísticas de Manobras (MCAS)”, e incorpora especificamente informações do ângulo “de ataque”, segundo a Boeing.