A Boeing constatou um novo problema no avião 737 Max. O chefe da Federal Aviation Administration, Steve Dickson, afirmou que a adversidade descoberta por engenheiros da Boeing no software do 737 Max deve ser corrigida antes que a aeronave volte a operar.
Dickson relatou, nesta quinta-feira (6), durante uma entrevista realizada em Londres, que o órgão de aviação está avaliando o problema. A “Bloomberg” tentou contato com representantes da Boeing mas não obteve respostas.
Segundo Dickson, o problema está em uma luz que mostra que o funcionamento do sistema de compensação do estabilizador fica acesa por mais tempo do que o normal. Em janeiro, a Boeing havia alertado que não esperava que o avião voltasse a voar até junho deste ano.
A Boeing também já trabalhava em um novo software para o sistema de ‘Aumento de Características de Manobras’, um dos principais fatores que resultaram em dois acidentes no ano passado, que deixou 346 mortos e fizeram com que todos os voos do 737 Max fossem paralisados.
Resultado da Boeing no 4T19
A Boeing registrou prejuízo de US$ 1 bilhão (R$ 4,2 bilhões) no quarto trimestre de 2019. Esse valor é equivalente a US$ 1,79 por ação. No mesmo período, em 2018, a fabricante de aeronaves norte-americana havia registrado lucro de US$ 3,42 bilhões.
De acordo com a Boeing, os resultados continuarão sendo impactados pelo 737 Max, que está suspenso desde março do ano passado. “Estamos focados na retomada do voos do 737 Max e na restauração da confiança da nossa marca”, disse o diretor-presidente da companhia, David Calhoun.
A receita do quarto trimestre alcançou US$ 17,91 bilhões. Isso significa um recuo de 37% em relação ao mesmo período no ano de 2018, que registrou US$ 28,3 bilhões. Os analistas estimavam uma receita de US$ 21,65 bilhões. Em comparação com o trimestre anterior, a receita totalizou US$ 19,98 bilhões.
Na divisão de aeronaves comerciais, a receita caiu 55%, para US$ 7,46 bilhões. Na área da defesa, o recuo foi de 13%, para US$ 5,96 bilhões. A Boeing encerrou 2019 com prejuízo de US$ 636 milhões, o pior resultado anual em duas décadas. “Reconhecemos que temos muito trabalho a fazer”, informou Calhoun.
A respeito do 737 Max da Boeing há uma previsão de que os custos financeiros ligados à crise da aeronave alcance US$ 18,6 bilhões. O custo não recorrente de produção chegará a US$ 4 bilhões em 2020.