Os problemas com o Boeing 737 MAX, sem operar no mundo inteiro desde março do ano passado, podem diminuir o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos em 0,50% neste ano. A declaração foi dada pelo secretário do Tesouro norte-americano Steve Mnuchin no último domingo (12).
“Para esse ano, esperamos um crescimento entre 2,5% e 3%. Como eu disse, pode ser mais próximo de 2,5% por conta dos ajustes dos números da Boeing”, afirmou Mnuchin em entrevista à “FOX News”, em referência à aeronave comercial da Boeing.
A estimativa do secretário para o crescimento da economia do país é mais otimista que a maioria dos economistas norte-americanos, de acordo com levantamento da agência de notícias “Bloomberg”. O consenso em janeiro era de um crescimento em torno de 1,8%, equivalente a uma queda em relação aos 2,3% do ano passado.
Boeing 737 MAX
O Boeing 737 MAX, modelo mais vendido da história da companhia, não pode voar no mundo inteiro desde março de 2019 após dois acidentes. Em 29 de outubro de 2018, a aeronave caiu no mar de Java, na Indonésia, matando 189 pessoas.
No dia 10 de março do ano passado, o mesmo modelo da avião caiu na Etiópia, vitimando 149 passageiros e 8 tripulantes, deflagrando a maior crise já vista na empresa em seus pouco mais de 103 anos.
O problema teria sido causado pelo sistema de bordo da aeronave, segundo as investigações. Além disso, documentos vazados mostram que funcionários da empresa tinham conhecimento de que havia falhas na segurança das aeronaves.
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A crise levou à demissão do então CEO global, Dennis Muilenburg, e já custou mais de US$ 9 bilhões (R$ 37,2 bilhões na cotação atual) à companhia.
Parceria com a Embraer
No início de 2019, pouco antes do segundo acidente, foi divulgada a intenção de compra pela Boeing de 80% do controle da área de aviação comercial da brasileira Embraer (EMBR3) por US$ 4,2 bilhões (R$ 17,37 bilhões). As empresas aguardam autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e dos reguladores da Europa para concluir a transação.
O Relatório Reservado publicou que as discussões sobre projetos conjuntos em aviação comercial teriam sido paralisadas a pedido da Boeing. A Embraer, no entanto, nega as informações.
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