A Boeing foi forçada a corrigir uma falha no software de simuladores de treinamento de voo. A informação foi confirmada pelo jornal “Financial Times”.
O problema ocorreu no simulador que reproduz as condições de voo da aeronave 737 Max. O modelo da Boeing se envolveu em dois acidentes fatais nos últimos seis meses.
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Neste fim de semana, a empresa confirmou que o software utilizado no simulador de treinamento do Max apresentou um erro ao reproduzir algumas condições de voo, inclusive as circunstâncias que levaram à queda do ET 302 da Ethipian Airlines, em 10 de março.
“A Boeing fez correções no software do simulador 737 Max e forneceu informações adicionais aos operadores de dispositivos para garantir que a experiência do simulador seja representativa em diferentes condições de voo”, informou a Boeing em um comunicado.
“Essas mudanças melhorarão a simulação de cargas de força na roda de compensação manual. A Boeing está trabalhando de perto com os fabricantes de dispositivos e reguladores sobre essas mudanças e melhorias, e para garantir que o treinamento do cliente não seja interrompido ”, afirmou a companhia.
O erro com o simulador foi noticiado pela primeira vez pelo jornal “New York Times”. Apesar do problema, a maioria das companhias aéreas não utiliza o simulador do Max para treinar seus pilotos. Em vez disso, as empresas usam a variante 737 NG. Os órgãos reguladores não obrigam treinamento em um simulador Max. Apenas uma companhia da América do Norte utiliza o simulador: a Air Canada.
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O Federal Aviation Administration (FAA), órgão regulador americano, não recomenda que as empresas treinem os pilotos em um simulador Max antes que os aviões voltem à operação. A previsão é que isso ocorra em agosto. A Boeing já desenvolve um plano para restabelecer as atividades do 737, incluindo o treinamento de pilotos.
Nos últimos meses, divulgações revelaram problemas de projeto no 737 Max, tanto no sistema anti-stall , que é conhecido como o sistema de aumento de características de manobra, quanto falhas em sistemas de segurança.
Entenda o caso
Investigações apontaram uma falha no sistema no modelo da Boeing que provocou a queda dos aviões da Lion Air, ocorrida em outubro. E também da Ethiopian Airlines, que caiu em março.
O Boeing saía de Addis Ababa, na Etiópia, com destino a Nairóbi, capital do Quênia. Operado pela Ethiopian Airlines, o avião caiu seis minutos após levantar voo.
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Em outubro passado, um mesmo modelo caiu na costa da Indonésia, causando a morte de 189 pessoas a bordo. Os dois episódios, portanto, aconteceram num período de cinco meses e acenderam o alerta do mercado.
Por conta disso, alguns países decidiram restringir o uso do Boeing 737 MAX em seus territórios, sendo eles:
- Reino Unido;
- União Europeia;
- Omã;
- Malásia;
- China;
- Indonésia;
- Coréia do Sul;
- Mongólia;
- Austrália.
A Boeing tem trabalhado para uma reformulação do sistema que acionou erroneamente o sensor. Em breve a empresa conduzirá um voo de certificação da FAA.