A Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) autorizou nesta quarta-feira (18) a retomada de voos da Boeing (NYSE: BA) pela aeronave 737 MAX, após quase dois anos dos acidentes que deixaram 346 mortos.
“A FAA seguiu um progresso de revisão de segurança abrangente e metódica que levou 20 meses para ser concluído. Durante esse tempo, os funcionários da FAA trabalharam diligentemente para identificar e resolver as questões de segurança que desempenharam um papel na trágica perda de 346 vidas a bordo do Lion Air Flight 610 e do Ethiopian Airlines Flight 302“, informou o comunicado de autorização da Boeing, assinado pelo diretor da FAA, Steve Dickson.
A aeronave não voltará a voar de forma imediata em todo mundo, já que as autoridades do setor aéreo de outros países decidiram realizar suas próprias certificações. Mas, o diretor afirmou que está “100% confiante” na segurança da aeronave, porém, informou que é necessário mudanças específicas no design antes do avião voltar a voar.
A certificação da aeronave “incluiu um nível sem precedentes de análises colaborativas e independentes por autoridades da aviação em todo o mundo. Esses reguladores indicaram que as mudanças no projeto da Boeing, nos procedimentos da tripulação e o aprimoramentos do treinamento darão a eles a confiança para validar a aeronave como segura para voar em seus respectivos países e regiões”, completou.
Ambos os aviões que provocaram a morte das vítimas no ano passado eram 737 MAX e apresentaram falhas em seu mecanismos, caíram minutos após a decolagem após os pilotos relatarem problemas de controle de pilotagem. O voo Ehiopian Airlines registrou 157 óbitos de 35 nacionalidades, o Lion Air, da Indonésia, caiu com 189 ocupantes.
A preocupação com a segurança do avião levou as autoridades de aviação de vários países a suspenderem as operações com o modelo, tirando bilhões de dólares do valor de mercado da Boeing.
No Brasil a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou em agosto que já avalia o retorno das operações do Boeing 737-8 MAX, modelo que foi proibido de alçar voo após estar envolvido em dois acidentes fatais.
Boeing apresenta prejuízo líquido de US$ 466 milhões no 3T20
A Boeing apresentou seu resultado referente ao terceiro trimestre deste ano. A companhia obteve um prejuízo líquido de US$ 466 milhões (cerca de R$ 2,67 bilhões), o que reverte o lucro de US$ 1,17 bilhão auferido no mesmo período do ano passado.
A receita líquida apresentou uma baixa de 29% no período entre julho e setembro, na relação anualizada, somando US$ 14,14 bilhões. A carteira de pedidos da Boeing encerrou o trimestre com 4.300 encomendas, atingindo US$ 393 bilhões, uma retração de 15% em comparação com a carteira do terceiro trimestre de 2019.
De acordo com a fabricante de aviões, os resultados continuam a ser impactados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) — que tem avançado nos Estados Unidos e Europa. A crise fez com que o setor de aviação sofresse com a baixa demanda, que diminuiu o número de pedidos de aeronaves. O prejuízo diluído foi de US$ 0,79 por ação.
Em comunicado, o CEO, Dave Calhoum, disse que “a pandemia continuou pressionando os nossos negócios neste trimestre, estamos nos alinhando a essa nova realidade, gerenciando de perto nossa liquidez e transformando nossa empresa para ser mais resiliente e sustentável no longo prazo”.
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