Joint venture da Boeing com a Embraer deve empregar 9.000
A fusão da Embraer (EMBR3) com a Boeing (BOEI34) poderá empregar por volta de 9.000 trabalhadores brasileiros.
A compra da linha de aviação comercial da Embraer pela Boeing resultará na criação de uma joint venture, ou seja, uma empresa conjunta. Ainda sem nome, tem sido chamada internamente de NewCo (acrônimo em inglês para “nova companhia”).
A NewCo deve ter sua criação formalizada ainda nesta quinta-feira (17).
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Duas questões estavam retardando o processo de fusão, de acordo com a Folha:
- composição de pessoal,
- e a equalização de propriedade intelectual da Embraer.
O governo brasileiro avalizou a negociação entre as aeronáuticas na última quinta-feira (10). Via twitter, Jair Bolsonaro disse que a União não iria se opor à fusão.
O Estado brasileiro possui poder de veto remanescente da privatização da Embraer desde 1994.
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Espera-se a aprovação, principalmente após a confirmação de que o governo receberá US$ 1,6 bilhão em dividendos pelo acordo.
A Boeing pagará US$ 4,2 bilhões à Embraer pelo controle de 80% da empresa. Os outros 20% permanecerão no controle do Estado brasileiro.
NewCo x Velha Embraer
Ainda não foi decidido quem sairá da “velha Embraer” para a NewCo, e quem permanecerá na empresa.
A Embraer possui 18,5 mil funcionários, dos quais 16 mil estão no Brasil. A NewCo demandará cerca de 9 mil funcionários.
O número é coerente com a estimativa do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, acerca da força de trabalho da divisão comercial hoje.
O sindicato se opõem ao acordo, e teme que a “velha Embraer” fique insustentável, com menos postos de trabalho e acesso à tecnologia.
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Em relação à propriedade intelectual, foi necessário redesenhar o departamento de pesquisa e desenvolvimento, que era interligado. Assim, foi possível separar a área militar da civil na Embraer.
A empresa remanescente precisa manter pessoal e capacidade técnica na área civil, pois prosseguirá vendendo jatos executivos.
Os novos controladores americanos estão com dúvidas referentes à identidade de marca da NewCo. Especula-se que ela possa se chamar Boeing Brasil, pois não poderá utilizar o nome Embraer.