Depois de meses recuperando a confiança do mercado e das autoridades, a Boeing (BOEI34) comunicou nesta sexta-feira (9) um possível novo problema elétrico em um grupo específico de nas aeronaves 737 Max. A fabricante americana recomendou a 16 clientes a verificação antes de prosseguir com a operação.
A Boeing não informou quais clientes podem ser impactados. No Brasil, a Gol (GOLL4) é uma das companhias que opera o 737 Max. A aérea brasileira disse que o possível problema afeta somente uma das oito unidades da empresa.
Em nota, a companhia informou que a recomendação consiste em verificar “se existe espaço de aterramento suficiente para um componente do sistema elétrico”.
“Estamos trabalhando em estreita colaboração com a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) nesta questão de produção”, disse a Boeing na nota. “Também estamos informando especificamente aos nossos clientes impactados e forneceremos orientações sobre quais as medidas corretivas adequadas.”
O turbulento histórico do Boeing 737 MAX
Em março de 2019, os modelos 737 Max foram impedidos de levantar voo após dois acidentes que deixaram 346 mortos por falhas na aeronave.
No último mês de setembro, um painel do Congresso dos Estados Unidos concluiu que a Boeing desrespeitou regras e pressionou autoridades de regulação a desconsiderar fatores de seu projeto, na tentativa da Boeing recuperar o atraso em relação à rival europeia Airbus.
Os acidentes “foram a horrenda culminação de uma série de suposições técnicas injustificadas pelos engenheiros da Boeing, falta de transparência da parte dos gestores da empresa, e fiscalização fortemente insuficiente pela Administração Federal da Aviação (FAA) –como resultado pernicioso de captura regulatória por parte da FAA com respeito às suas responsabilidades de fiscalizar a Boeing de maneira robusta e garantir a segurança dos passageiros”, disse o documento.
A Boeing recebeu a autorização da FAA para voltar a operar com o 737 Max em novembro de 2020.
(Com Estadão Conteúdo)