A empresa aérea responsável pelo 737 Max, Boeing, tinha conhecimento que o alerta de cabine não estava funcionando conforme havia dito aos compradores. Além disso, a empresa só comunicou a falha no alerta a Administração Federal de Aviação (FAA) quando aconteceu o acidente na Indonésia. Este acidente causou a morte de 189 pessoas.
De acordo com o comunicado divulgado no último domingo (5) pela Boeing, o acidente ocorreu devido ao software que fez leituras erradas sobre o acionamento do sensor. Esse sensor foi o responsável por empurrar o nariz do avião ao solo fazendo com que o piloto perdesse o controle da aeronave.
Segundo o jornal “Bloomberg” foi informado aos clientes da companhia que os sensores de ângulo de ataque (AOA sigla inglês), conhecidos como aviso de desacordo, era padrão em toda frota do Max 737. Entretanto, o alerta deveria ter sido acionado assim que fosse detectado problemas no sistema.
Mas, apenas os clientes que optaram por comprar o indicador opcional, foram alertados de maneira correta sobre problemas com os sensores.
Alerta de baixo risco
Após o acidente da Lion Air, os líderes sindicais tiveram uma reunião com a Boeing. “A pergunta que tenho hoje é a pergunta que fizemos a eles em Reno: ‘Isso é tudo?'”, afirma o chefe da Associação de Pilotos da Southwest Airlines, Jon Weaks. Além disso, ele comenta que “obviamente é preocupante que aqui esteja algo a mais em que a Boeing não nos informou.”
Portanto, essas últimas divulgações tem causado no mercado uma desconfiança a respeito do desenvolvimento e testes realizados no 737 Max. Além da falta de transparência da empresa.
Saiba Mais: Menor demanda pelo 737 Max prejudica resultados da Boeing no 1T19
De acordo com a FAA, o alerta era considerado de baixo risco, no entanto, se fosse comunicado antes poderia ter evitado acidentes. “A comunicação oportuna ou antecipada da Boeing com os operadores poderia ter reduzido ou eliminado possíveis confusões,” afirma a FAA.
Entenda o caso
Investigações apontaram uma falha no sistema no modelo da Boeing que provocou a queda dos aviões da Lion Air, ocorrida em outubro. E também da Ethiopian Airlines, que caiu em março.
O Boeing saía de Addis Ababa, na Etiópia, com destino a Nairóbi, capital do Quênia. Operado pela Ethiopian Airlines, o avião caiu seis minutos após levantar voo.
Saiba Mais: Boeing vai reduzir produção do 737 Max, modelo que caiu na Etiópia
Em outubro passado, um mesmo modelo caiu na costa da Indonésia, causando a morte de 189 pessoas a bordo. Os dois episódios, portanto, aconteceram num período de cinco meses e acenderam o alerta do mercado.
Por conta disso, alguns países decidiram restringir o uso do Boeing 737 MAX em seus territórios, sendo eles:
- Reino Unido;
- União Europeia;
- Omã;
- Malásia;
- China;
- Indonésia;
- Coréia do Sul;
- Mongólia;
- Austrália.
A Boeing tem trabalhado para uma reformulação do sistema que acionou erroneamente o sensor. Em breve a empresa conduzirá um voo de certificação da FAA.